Info Atualidade (459)

Entrevista a Carlos Reis, reitor da Universidade Aberta de Lisboa

Carlos Reis, reitor da Universidade Aberta de Lisboa

"A AGLP deve bater-se pela ideia de que o galego
não é uma língua em divergência com o português"

José Ramom Pichel / Valentim R. Fagim - Carlos Reis é um dos professores mais reconhecidos em Portugal e um firme defensor do Acordo Ortográfico para o português. Grande amigo da Galiza, já em 1983 apoiou a proposta de integração do nosso País na Lusofonia, quando apresentada por uma delegação galega no contexto do I Congresso da Língua Portuguesa.

Atualmente reitor da Universidade Aberta de Lisboa (da qual foi fundador), é Catedrático da Universidade de Coimbra, e no seu amplo currículo podemos salientar que foi diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa, diretor do Instituto de Estudos Espanhois de Coimbra, presidente da Associação Internacional de Lusitanistas, tem coordenado a edição crítica da obra de Eça de Queirós e participou na Conferência Internacional/Audição Parlamentar sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa realizado na Assembleia da República portuguesa em 7 de Abril de 2008.

Estivemos com ele no passado dia 6 de Outubro, data em que esteve em Compostela dando apoio à Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), no dia da Sessão Inaugural das suas atividades.

Como é visto por um português médio a existência na Espanha de uma Academia Galega da Língua Portuguesa?

Nesta altura acredito que não seja ainda uma iniciativa muito divulgada. Mas quando for, eu acho que o português médio vai sentir orgulho nisto, por que vai perceber que a língua portuguesa, além dos espaços em que é normalmente falada (o Brasil, Angola, Moçambique, etc.), tem ao norte de Portugal um espaço possível de afirmação.

Portanto, acredito até que isso seja um factor importante para fazer o português médio perceber o recuperar a ligação histórica que existe entre Portugal e a Galiza.

A respeito do acordo ortográfico, às vezes observa-se uma confusão entre ortografia e outros aspectos da língua, nomeadamente pronúncia, morfo-sintaxe e léxico. Acha que as posições contrárias a respeito do Acordo Ortográfico nascem da ignorância ou da má vontade?

Nalguns casos eu creio que nasce da ignorância e noutros casos nasce de uma má vontade criada pela ignorância. A verdade é que eu até posso compreender, de um ponto de vista emotivo, estas reações por que a ortografia é um aspecto da língua que está muito ligado ao nosso corpo. Nós escrevemos com a mão e isso cria uma espécie de ligação indireta entre a língua e o corpo; mudar a ortografia para muita gente é, um pouco, como mudar o corpo.

Se a pessoa não tiver a noção de que a ortografia tem muito de convencional e, sobretudo, se não tem perspetiva histórica do que foi a mudança da ortografia ao longo dos séculos, acho que – e eu respeito isso, mudar a ortografia é mudar ela mesma, e de aí resulta uma tremenda confusão entre o código da escrita, que é muito convencional, e a identidade cultural, linguística etc.

E isso que para algumas pessoas é uma confusão para muitas outras é uma atitude emocional que eu posso compreender, sobretudo quando as pessoas não se lembram de que ao longo dos séculos a ortografia foi mudando e as pessoas foram ajustando o seu corpo à ortografia.

E um pouco como – todos nós temos esta memória, há vinte anos escrevíamos em computadores grandes, com teclados grandes, há trinta anos escrevíamos com uma caneta, hoje escrevemos em computadores pequenos e o nosso corpo foi-se adaptando a isso e com a ortografia vai acontecer a mesma coisa.

Acha que se a Galiza se somasse ao Acordo facilitaria que houvesse mais projectos em comum Portugal-Galiza-Brasil? Por exemplo, no campo dos computadores, nas tecnologias da informática...

Claro. Sobretudo se o ato de compartilhar esse espaço viesse a ser, como acho que deve ser, não apenas compartilhar palavras mas conceitos, atitudes mentais, representações. Não apenas palavras, mas aquilo que elas trazem consigo.

E é por isso que eu acho que seja importante. A seguir ao Acordo Ortográfico – não antes como alguns disseram, mas a seguir, entendermos quanto há de vocabulários técnicos, terminologias, etc. E aí o mundo da informática é fundamental, por que é um mundo que hoje atravessa todos as áreas do saber e nós falamos com metáforas da informática no falar comum sem nos apercebermos.

Depois do Acordo Ortográfico vêm os factos, os trabalhos, seleções e elencos de palavras que nos digam o que é que um conceito significa nos vários portugueses, no português de Portugal, do Brasil, da Galiza, de Angola, e que se encontra aí uma comunhão de conceitos, mais até que a ortografia.

Pensa que a utilização de metáforas como «sabores da língua» podem ser uma boa maneira para ligar melhor para a gente que não tem muito a ver com a linguística?

A expressão «sabores da língua» é muito interessante, porque é aquele domínio da língua em que salvaguarda o que há diferente, sem ser uma ruptura, entre uma forma de falar português do Brasil, Portugal, Galiza... que não ponha em causa a ruptura da língua.

A utilização de metáforas como «sabores da língua portuguesa» é muito importante para sabermos que a unidade da língua não é afectada por estas oscilações, são mais de natureza lexical, terminológica do que de natureza ortográfica. Eu posso escrever a mesma palavra da mesma forma em Portugal, no Brasil, em África ou na Galiza, mas ela significar diferente. Mas, para mim a ortografia o que é esse poder de manter a língua com alguma unidade. E este é um motivo muito importante a sublinhar por que nem sempre é bem avaliado.

Nós – é um discurso muito corrente em Portugal, falamos muito na necessidade de respeitar a diversidade da língua, a criatividade. Acho ótimo, mas é preciso ter em conta que essa dinâmica tem um preço, e esse preço chama-se a fragmentação da língua. A ortografia é essa convenção onde esta fragmentação controla. É muito bonito falarmos nos 230 milhões de falantes de português, mas se ao mesmo tempo nós estimularmos a fragmentação da língua, de daqui a cem anos esses 230 milhões de falantes já não existem. E repito, a ortografia é para mim o domínio onde se mantém alguma coesão sobre a língua.

Quais pensa que deviam ser os passos primeiros da Academia Galega da Língua Portuguesa?

Os passos que já deram são importantes, os outros que vêm a seguir, para o dizer de uma forma muito clara, acho que a AGLP, no meu ver, deve bater-se pela ideia de que o português é uma língua que existe naturalmente na Galiza, ou seja que o galego não é uma língua em divergência com o português.

Mas acho que é preciso ter muito cuidado, relativamente à questão política. Isto é, que a AGLP não significa um princípio de fratura política, um princípio de separação política, para que com naturalidade se aceite a ideia de que o português da Galiza é um pouco como o português em Angola, ou no Brasil ou em Portugal, sem trazer com isso outra coisa que não seja uma mera afirmação linguística.

Portanto, manter a questão da língua corno uma questão autónoma mas não como uma questão que arrasta fraturas de natureza política, a menos que os galegos entendam que deve ser assim. Esse é um problema dos galegos.

Em 1983 decorreu em Lisboa o 1º Congresso da Língua Portuguesa. Então, a professora Maria do Carmo Henriques e outros galegos apresentaram uma proposta para a integração da Galiza na Lusofonia, proposta que você apoiou. Pensa que tem havido avanços a respeito desde então?

Esta academia é a prova de que ideia fez o seu caminho. Ou seja, eu acho que o termo Lusofonia é mais abrangente e pacífico até do que o da Língua Portuguesa. Não se trata de um espaço propriedade de Portugal, mas um espaço amplo em que o português da Galiza está na mesma situação em que está o português do Brasil, da Angola ou da Guiné.

Portanto, de aí para cá esta ideia avançou e o que eu acho é que esta academia é como um instrumento regulador, uma prova de que há uma componente lusófona na Galiza.

Até que ponto o debate sobre o Acordo Ortográfico em Portugal é um debate político?

Eu diria que é mais um debate de natureza mental e psicomental do que político. Para muitos portugueses a questão do Acordo Ortográfico representa um problema mental com o Brasil, a dificuldade de reconhecer o papel importante que tem o Brasil hoje em dia na afirmação do português e a dificuldade de reconhecer de que o Brasil pode fazer mais pelo português do que Portugal.

É uma coisa que custa aceitar, que os portugueses pensem assim mas é uma realidade geocultural, geopolítica... Por exemplo, em Portugal há o Instituto Camões que trata da afirmação do português no estrangeiro, um instituto assim não há no Brasil só que o Brasil tem muitas outras formas - economia, música, literatura, moda, de afirmar o português internacionalmente. É uma outra forma, uma outra dimensão de ver o português e não comparar Portugal com o Brasil.

Essa comparação criou uma espécie de trauma. Muitos portugueses diziam «não tenho que falar como os brasileiros». A ortografia não sabe do falar. Isso traduzia é uma resistência à ideia de que o Brasil tem um papel ativo a representar aqui, e num futuro próximo também outro grande país que vai ser Angola... e quem sabe se também a Galiza.

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José-Martinho Santalha primeiro presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa

José-Martinho Montero Santalha assinando como académico da AGLP

José-Martinho Montero Santalha assinando como académico
da Academia Galega da Língua Portuguesa

PGL - O Catedrático da Universidade de Vigo, José-Martinho Montero Santalha, foi eleito no passado sábado, 20 de Setembro, presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), cujo acto de constituiçom decorreu no Centro Galego de Arte Contemporánea.

Junto com Martinho Santalha, fazem parte da Comissom Executiva da AGLP o lexicógrafo Isaac Alonso Estraviz (vice-presidente), a guitarrista Isabel Rei (tesoureira), o empresário Ângelo Cristóvão (secretário), a escritora Concha Rousia (vogal) e o compositor Joám Trilho (arquivista-bibliotecário).

O resto dos académicas serám dados a conhecer no próximo dia 6 de Outubro, dia em que a AGLP tem agendado um grande evento de carácter público em Compostela. Nesse mesmo dia também será apresentado o primeiro número do Boletim da AGLP, que tem como director o professor António Gil Hernández.

Quem é o primeiro presidente da AGLP?

José-Martinho Montero Santalha nasceu em Cerdido (Galiza) em 1941. Frequentou o Seminário de Mondonhedo e, em Itália, realizou estudos de Teologia e Filosofia (Universidade Gregoriana de Roma). Doutorou-se em Filologia com uma tese sobre as rimas da poesia trovadoresca (em 2000, Universidade da Corunha).

Muito cedo aderiu aos movimentos a prol da reintegraçom linguística, convertendo-se num dos principais promotores. Durante a sua estadia em Roma (1965-1974) participou no grupo «Os Irmandinhos», preocupados pela recuperaçom do galego na liturgia e na sociedade em geral. Nessa altura foi um dos assinantes do "Manifesto para a supervivência da cultura galega", publicado na revista Seara Nova (dirigida por Rodrigues Lapa) em setembro de 1974. A começos da década de 80 participou na fundaçom de diversas associaçons culturais galegas, como as Irmandades da Fala, Associaçom Galega da Língua e Associação de Amizade Galiza-Portugal.

Tem publicado numerosos estudos em diversas revistas e congressos internacionais, sendo um dos autores mais prolíficos e respeitados da Galiza lusófona. Actualmente é catedrático de Língua e Literatura galega na Universidade de Vigo (Campus de Ponte Vedra).

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‘Os 13 de Roma’

José-Martinho Montero Santalha

José-Martinho Montero Santalha, principal impulsionador
do manifesto para a supervivência da cultura galega

E. Maragoto - A história do reintegracionismo remonta décadas atrás, mas houvo que esperar aos anos em que se aproximava a co-oficializaçom do galego para que um nutrido grupo de intelectuais inaugurasse umha prática ortográfica constante, formulando ao mesmo tempo propostas concretas e coerentes com as posturas teóricas que defendia o galeguismo.

O ‘Manifesto pola Sobrevivência da Cultura Galega’, conhecido polo manifesto dos ‘13 de Roma’, marcou um ponto de inflexom na história deste movimento, defendendo passos mui definidos na integraçom cultural galego-portuguesa. Chama a atençom por ter sido assinado por 13 jovens residentes na capital italiana, na sua maioria padres e seminaristas. Lembramo-lo através do seu principal impulsionador: José-Martinho Montero Santalha.

O ‘Manifesto’ foi redigido por Montero Santalha e era síntese de um texto maior intitulado ‘Em prol da integraçom lingüística galego-portuguesa’ (EPILG-P). Nom admira, Santalha pode ser considerado o pai da praxe reintegracionista moderna, sendo o autor da primeira sistematizaçom ortográfica desta proposta: Directrizes para a Reintegraçom Lingüística Galego-Portuguesa, de 1979.

Assinavam o ‘Manifesto’ 12 jovens mais, como ele maioritariamente padres e seminaristas, residentes na capital italiana nos primeiros anos da década de 70. Dous já morrêrom (o professor de secundária Manuel Garcia Otero, e o bispo auxiliar de Madrid Uxio Romero) e só Martinho Montero continua na actualidade vinculado à língua.

O documento propunha medidas para equilibrar a presença do galego-português e do castelhano no ensino, na administraçom, nos meios de comunicaçom e na Igreja, insistindo na necessidade de restabelecer o contacto com o mundo luso-brasileiro. Algumhas propostas, como a da recepçom da televisom e da rádio portuguesas na Galiza, apresentam umha concreçom parecida à das levadas na actualidade ao Parlamento galego.

Numha altura em que a polémica lusismo-isolacionismo nom acendia tantas paixons como só uns anos depois, o texto foi aprovado sem problemas polas 13 pessoas reunidas: “Entreguei-lhes umha cópia do texto e fomos de merenda à antiga cidade romana de Ostia Antica, onde foi lido em voz alta e comentado.”

Os elogios nom tardárom a aparecer, mesmo de pessoas que anos depois se tornariam contrárias ao reintegracionismo, como Alonso Montero ou Ramom Pinheiro, ainda que este último preferisse nom publicá-lo em Grial (em 1973) polas ‘circunstáncias’ políticas que atravessava a Galiza e o próprio conteúdo político do texto. Mas os aplausos mais fervorosos fôrom de Xavier Alcalá e Rodrigues Lapa, que anos antes publicara o polémico artigo ‘A Recuperaçom Literária do Galego’.

Na apresentaçom do ‘Manifesto’ que escreveu para a revista portuguesa Seara Nova, que dirigia, dedicava estas palavras ao documento base do mesmo (EPILG-P): “por sua lucidez e documentaçom exaustiva, deverá estar na base de todo quanto daqui em diante se escrever sobre o problema do galego”.

Os 13 de Roma

Publicado no Verao de 1974, o ‘Manifesto’ foi umha das últimas actividades do grupo de sacerdotes e seminaristas que estudárom em Roma ao longo da década de sessenta e setenta. O processo de renovaçom que se deu na Igreja a partir do Concílio Vaticano II ajudou muitos católicos a valorizarem a cultura própria e começárom a fazer actividades relacionadas com a traduçom de textos litúrgicos.

Santalha lembra no Portal Galego da Língua como os influiu a traduçom dos Evangelhos de Morente e Espinha ou a dos Salmos de Alonso Estraviz. Apesar de estarem a viver num país livre, decidírom assinar algumhas traduçons com um nome colectivo, ‘os Irmandinhos’, a proposta do pároco de Aguinho, que se conformou como grupo aberto com diferentes ritmos de colaboraçom e entre os quais também se encontrava Joám Trilho.

Anos depois, com a publicaçom do ‘Manifesto’ em galego-português na Seara Nova e em castelhano em Cuadernos para el Diálogo, este grupo de padres galeguistas viria a ser baptizado como ‘os 13 de Roma’, precisamente por parte de um dos críticos mais severos, Francisco Rodríguez, no livro Conflito Lingüístico e Ideoloxia na Galiza, de 1976.

O galego e a Igreja

Eram anos de entusiástica renovaçom eclesial, e o próprio Santalha, de volta à Galiza em 1974, trabalhou na pasta mensal ‘Boa Nova’ e no Centro de Estudos Eclesiásticos de Santiago de Compostela, participando activamente na elaboraçom de textos homiléticos junto com outros sacerdotes comprometidos com a realidade galega. A decepçom chegou depois, com o seu afastamento da revista Encrucilhada em que estivo muito implicado nos primeiros anos.

A opçom gráfica nom foi alheia a esta decisom e a própria direcçom da revista chegou a proibir a publicaçom de textos com ortografia reintegrada. Aos poucos, Santalha foi centrando o seu trabalho público na defesa do reintegracionismo e talvez isto tenha influído em que as primeiras reunions da Associaçom Galega da Língua se realizassem em centros eclesiásticos.

À vista do menosprezo histórico que a Igreja exibiu em relaçom ao galego, estas notas parecem um parêntese irrepetível, mas Santalha matiza: “Mais que de ‘excepçom’, devíamos falar de ‘minoria’. Isto mesmo acontece na sociedade galega em geral: Universidade, partidos políticos, jornais, desporto... a Igreja é uma parte mais da sociedade, e, como o resto, no que di respeito à língua, é mais vítima do que protagonista.” A evoluçom para o reintegracionismo de muitos padres naquela altura relaciona-a o padre ortegano com “a boa formaçom humanística e em línguas que tinha a maioria do clero.”

O ‘Manifesto’ hoje

O ‘Manifesto’ foi criticado na altura por Francisco Rodríguez, já que só pedia, em pleno franquismo, 50% de presença do galego em ámbitos como os meios de comunicaçom ou o ensino. Em 1991 Pilar Garcia Negro reeditaria críticas semelhantes. Longe de se atingirem em 2008 as percentagens reivindicadas naquele texto, perguntamos a Santalha que tipo de manifesto seria preciso hoje: “a situaçom da língua é agora mais dramática; teria que ser assinado polas principais instituiçons culturais galegas.”

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Novas da Galiza entrevista José-Martinho Montero Santalha

José-Martinho Montero Santalha | Foto: Versão Original

"Nascemos com modéstia,
mas com grande desejo de trabalhar e de fazermo-lo a sério"

G. Uz - Após vários meses de trabalhos, recentemente apresentou-se ao público a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP). O acto contou com a presença de académicos de renome de vários países lusófonos, como o brasileiro Evalnildo Bechara ou o português João Malaca Casteleiro, assim como representantes do mundo académico galego e da própria Junta da Galiza.

Passados os primeiros dias da maré de reacçons —de adesom e de reijeiçom que provocou o anúncio, do Novas da Galiza quigemos falar com o presidente da AGLP, o professor José-Martinho Montero Santalha (Cerdido, 1947), para que comentar com ele os primeiros reptos que deve enfrentar a nova Academia. 

- Como se vê em Portugal e no Brasil que 'na Espanha' se crie umha academia em cujo nome se fai referência à língua portuguesa?

Polo que pudemos comprovar na apresentaçom pública, acho que o vírom com entusiasmo, simatia e aberto apoio. Temos solicitado a sua solidariedade e dérom-no-la expressamente. Sabem que a situaçom na Galiza é complexa e complicada.

- Quais devem ser as primeiras tarefas a realizar por parte da AGLP?

A primeira, que exista. Já se constituiu e agora deve funcionar. Depois, começar a realizar actividades. Toda a gente envolvida no projecto, desde os membros da Academia aos sócios da Associação Pró-AGLP, vai continuar com todo o trabalho que já estava a realizar, cada pessoa nos seu respectivo ámbito. Por outra parte, agora estamos a estabelecer qual é o léxico galego autêntico, o especificamente galego, para incluirmo-lo em dicionários portugueses. Acreditamos que é um trabalho necessário, já que nalguns sítios pode-se ver como 'galego' cousas que realmente som disparates e castelhanismos.

- Quem lhes realizou essa encomenda?

Foi um pedido que nos fizo há já bastante tempo a Academia das Ciências de Lisboa e que começamos agora.

- Significa isto um argumento menos para o isolacionismo, desde onde se vem criticando como pretexto contra a unidade linguística que além Minho nom reconhecem como próprio o léxico galego ao tempo que nós sim aceitamos o seu?

Desde logo é um facto decisivo. Actualmente já há algum dicionário dos mais importantes que recolhe certo léxico que é comum à Galiza e que, porém, em Portugal é considerado 'regionalismo'. Da ACL dérom-nos total liberdade para lhes enviarmos a listagem que considerarmos pertinente, nom nos limitárom a escolha a um número determinado de palavras.

- Como se pretende que seja o relacionamento da AGLP com o resto do movimento normalizador?

Lembremos que muitas associaçons e centros sociais contam com comissons de língua...
Queremos que seja sempre cordial e de coordinaçom. Como Academia, sempre procuraremos agir mais no âmbito científico do que no social, pois cada organizaçom tem de ter o seu papel, e acho importante que seja assim. O ideal seria que todas as organizaçons se comprometessem com a Associação Pró-AGLP, pois de algum jeito intenta ser umha entidade aberta a toda a gente interessada no nosso idioma e na unidade lingüística galego-portuguesa.

- Falou antes do pedido da ACL, mas como é o relacionamento com outras entidades científicas do âmbito lusófono?

Ainda acabamos de nascer, mas avança, e neste dias já se recebêrom convites para participarmos em vários eventos. O ideal, acho, seria que a Galiza fizesse parte da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, mas actualmente isto parece difícil, já que tem umha concepçom e estrutura política. Contudo, é um objectivo polo qual cumprirá seguir luitando.

- No número 68 do NGZ entrevistámos o presidente da Real Academia Galega. Perguntado pola iminente constituiçom da AGLP, Xosé Manuel Barreiro respondeu que ele preferia «falar de cousas sérias»...

Nós estamos sempre abertos a colaborar com qualquer instituiçom comprometida com a língua, mas a RAG tem a sua história e umha prática já conhecida. Pola nossa proposta, nós consideramos que somos alternativa, e afirmamos isto sem fechar a porta a possíveis colaboraçons com a RAG, e mesmo reconhecemos o valor científico de alguns trabalhos de determinados membros dessa Academia. De qualquer jeito, nascemos com modéstia, mas com grande desejo de trabalhar e de fazermo-lo a sério e com convicçom.

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João de Bonaval demanda uma Academia Galega da Língua Portuguesa e o Acordo Ortográfico

  Capa do poemário Arceia

Arceia em Voo Rasgado

Ana Paz - O poeta saiu à rua com o poemário assinado por ‘João de Bonaval’, uma das suas personalidades míticas. No essencial, a sua gaveta manteve-se fechada, acumulando de 1979 a 2008 os poemas reunidos na Arceia, alguns publicados em apoio ao Acordo Ortográfico de Lisboa (1990).

Paciente coleccionador de seres como personagens, palavras, animais e plantas, enverga revolta linguística reintegracionista e romantismo independentista. Passaram-se 29 anos a estabelecer uma língua para dizer do imaginário da Galiza ideal e real, um país e uma lusofonia desejados e possíveis.

A Arceia, ave ao mesmo tempo vulgar e sinceramente esperada, ilustrada pelo desenho da capa de Leandro Lamas, dá forma a este álbum fotográfico e poliândrico: relicário de plantas e animais, colectânea de crónicas e reportagens, dicionário de formas linguísticas, manifesto político e social. Na vanguarda da Língua Portuguesa, demanda uma Academia Galega (AGLP) e o Acordo Ortográfico.

Sob a pena de João de Bonaval, existe uma narrativa da Galiza futura. O eu poético, entre o naif e o surreal, exprime-se na explicação dessa Mátria de fronteiras latas. E para que o leitor ou leitora se não perca entre o sonho e a ciência, o livro remata com um glossário, preciosidade que restabelece os laços entre o galego medieval e o português futuro.

Sabemos, sei, que este autor não desanima. Ugio Novoneira, ensinou-lhe a traçar primeiro a língua, depois o poema. Essa é uma e a mesma acção. A Fenda Editora estreia-se assim na poesia, pelo Dia da Mátria.

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Pró Academia na Festa da Alegria 2008, em Braga

Cartaz Festa da Alegria«Nós fazemos a festa, tragam todos a alegria!»

PGL Portugal - Assinala-se este ano o 30º aniversário da primeira edição da Festa da Alegria, em Braga. A Festa da Alegria é uma festa organizada pela concelhia de Braga do Partido Comunista Português PCP, mas é uma festa para todos, aberta a todos os que nela queiram participar.

A novidade deste ano é que o reintegracionismo vai participar na Festa, sendo representado por dois eventos: uma palestra – com Alexandre Banhos e Ângelo Cristóvão – e um recital poético com acompanhamento musical – com Belém de Andrade, Concha Rousia e Isabel Rei.

Esta XVª edição decorre a 19 e 20 de Julho e tal como todas as anteriores conjuga a festa popular, profundamente ligada às tradições e costumes minhotos, que tem no convívio alegre e caloroso o seu maior atractivo, e a festa de combate contra as injustiças sociais, de luta e de resistência, de amizade e de solidariedade.

Galiza na Festa da Alegria

Assim, no Domingo, dia 20, com inicio às 14.30h, no Auditório da Festa, está prevista a palestra sobre o tema «A Lusofonia da Galiza como Movimento Transformador», tendo como oradores Alexandre Banhos, presidente da Associação Galega da Língua, Ângelo Cristóvão, presidente da Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa e de um representante do Movimento Defesa da Língua, ainda não definido. Seguir-se-á um recital poético com Belém de Andrade e Concha Rousia, com a participação/acompanhamento musical da guitarrista Isabel Rei.

A Festa da Alegria tem variadíssimos de assuntos de interesse espalhados pelo fim-de-semana em que se realiza, como música - Rock, Musica Popular e Tradicional, Jazz e Folk- Artes de Rua, Folclore, Gaiteiros, Zés Pereiras, Teatro, Marionetas, Poesia, uma Feira do Livro e do Disco, um Espaço internet, Software Livre, Exposições, Debates, Tertúlias, Gastronomia, Artesanato.

A Organização define a Festa do seguinte modo, muito apelativo:

«Aqueles que já participaram em anteriores edições conhecem bem o espírito de amizade e fraternidade que tanto caracteriza este momento, e certamente não faltarão a esta Festa que é também sua. Aqueles para quem esta será a primeira Festa terão à sua espera uma experiência completamente nova, com características únicas e marcantes, capaz de revolucionar todos os sentidos. Uma festa diferente de qualquer outra por onde já tenham passado.»

Será certamente um óptimo pretexto para um passeio às terras bracarenses.

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Assembleia da República portuguesa aprova Acordo Ortográfico

 Guia Prático Acordo Ortográfico

Diploma estabelece um período de transiçom de seis anos

PGL - PS, PSD, Bloco de Esquerda e sete deputados do CDS fizérom com que a votaçom do Acordo Ortográfico na Assembleia da República portuguesa decorresse ontem sem supresas de última hora.

Os deputados do PCP e Verdes optárom pela abstençom, bem como três deputados do PP. Na contra apenas houvo votos individuais, embora significativos, como o caso de Manuel Alegre. Alguns outros deputados pedírom escusa da votaçom.

O protocolo aprovado ontem prevê a inclusom de Timor-Leste no âmbito do Acordo, e define um período de seis anos para a entrada em vigor em todos os países de língua oficial portuguesa desde que três o tenham ratificado (bem como este novo protocolo adicional).

O ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, mostrou-se muito contente ao final da votaçom, rejeitando que o Governo tivesse feito «ouvidos de mercador» às mais de 33 mil assinaturas do abaixo-assinado contra o Acordo, salientando que o novo Acordo vai ajudar a afirmar a língua portuguesa no mundo.

Só resto agora a assinatura por parte do presidente da República para terminar a ratificaçom do mesmo.

Porto Editora lança dicionário com 'dupla grafia'

Entretanto esse diploma era aprovado na Assembleia da República portuguesa, a Porto Editora lançava um novidoso dicionário com 'dupla grafia', em que recolhe «o que havia antes e o que vem depois do novo Acordo».

A obra opta por manter a grafia actual com a remissom para a nova naquelas palavras que se alteram conforme o Acordo Ortográfico de 1990.

A acompanhar o novo dicionário vem um Guia Prático, que explica com exemplos as diversas alteraçons introduzidas pela nova reforma ortográfica.

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[Atualização a 29 de Julho de 2008]

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Evanildo Bechara promove texto a favor do Acordo

 Professor Evanildo Bechara

Foi apresentado durante o 3º Encontro Açoriano da Lusofonia

PGL Portugal - Na sequência do recentemente realizado 3º Encontro Açoriano da Lusofonia (8-11 Maio) na Lagoa, Ilha de São Miguel, o professor Evanildo Bechara (tesoureiro da Academia Brasileira de Letras), apresentou um manifesto a favor do Acordo em que também realiza umas interessantes considerações em torno do manifesto-petição contrário ao mesmo.

Bechara é autor, entre outros textos relevantes, da Moderna Gramática Portuguesa, a mais utilizada no Brasil. Já vai pela 37ª edição. O manifesto promovido por ele é também assinado pelo académico João Malaca Casteleiro e outros 34 professores participantes no encontro açoriano.

Para já, e mesmo no dia em que a Assembleia da República portuguesa debate o texto do Acordo, no PGL achamos de interesse divulgar o manifesto Bechara:

Considerações em torno do MANIFESTO-PETIÇÃO dirigido ao senhor Presidente da República e aos Membros da Assembléia da República contra o Novo Acordo Ortográfico de 1990

O noticiário da imprensa portuguesa veicula as razões que levaram numerosas personalidades da cultura do país a assinar o Manifesto-Petição contra o Acordo Ortográfico de 1990, a ser examinado pela Assembléia da República, provavelmente no dia 15 de Maio de 2008, pelo qual se propõe a unificação ortográfica nos países de expressão oficial de Língua Portuguesa.

É incontestável o peso e o prestígio, justamente alcançados, dos signatários do Manifesto-Petição; o que vamos tentar mostrar é o peso e autenticidade das críticas feitas ao texto do Acordo em discussão segundo as declarações, que se dizem extraídas do referido Manifesto-Petição e divulgadas pela imprensa. O primeiro conjunto de críticas atribuídas à proposta de reforma ortográfica diz que ela é “mal concebida” e “desconchavada”.

Ora quem faz a história crítica das diversas propostas da reforma ortográfica em Portugal percebe claramente que elas construíram um macrotexto a partir do estudo inicial de Gonçalves Viana e Vasconcelos Abreu, entre 1885 e 1886, passando pelo livro seminal ortografia Nacional, de Gonçalves Viana, saído em 1904, referendada pelo governo português, consoante proposta assinada por um grupo dos mais conceituados filólogos da época, onde luziam os nomes de J. Leite de Vasconcelos, Gonçalves Viana, Carolina Michaëlllis de Vasconcelos, A. G. Ribeiro de Vasconcelos, entre outros.

De então a esta parte, as bases das reformas ortográficas que se sucederam, independentemente ou em conjunto, em Portugal e no Brasil, vieram tecendo um texto matriz ora reduzido ora ampliado em aspectos necessários, mas na essência, as linhas mestras garantiam o ideário e a concepção dos ortógrafos que, a partir de 1911, pensaram o problema da reforma ortográfica no trilho da ciência lingüístico-filológica.

As bases que orientaram a proposta de 1943 e, principalmente, de 1945 são filhas diletas dessa tradição do macrotexto; nesta última, ressalte-se a erudição e a competência do saudoso ortógrafo Rebelo Gonçalves.

O Acordo Ortográfico de 1986, melhorado na proposta de 1990, graças às críticas e sugestões recebidas, pertencem inexoravelmente, a esta tradição cultural, e, portanto, custa atribuir-lhes os qualificativos de “mal concebido” e “desconchavados”. Aceitá-los, sem um exame aturado como está a exigir um Manifesto-Petição da natureza e propósito dirigido à Assembléia da República, representa no mínimo, desmerecer o trabalho dos que, em Portugal, melhor fizeram para o estabelecimento e progresso das ciências da linguagem.

Pelas mesmas razões até aqui exaradas, não se há de aceitar a crítica, segundo a qual a reforma peca por apresentar-se “sem critério de rigor”. Pode dizer-se, em sã consciência de uma reforma que não se caracteriza pelo critério de rigor, quando essa mesma reforma, publicado o texto de 1986, acolhe as críticas e sugestões que lhe chegaram ao conhecimento, e as incorpora, quando possíveis, à nova redação de 1990?

Diz também o Manifesto-Petição que a proposta é “perniciosa, e de custos financeiros não calculados”. Ora, a crítica não se aplica, em rigor, só à reforma em discussão; mas a toda a série de reformas que, se propuseram – e não foram poucas! – desde 1911 até aos nossos dias. Um inteligente e razoável prazo fixado pelas autoridades e editoras tem minorado os custos financeiros de quem se considera prejudicado.

Toda a motivação que tem justificado as sucessivas reformas ortográficas insiste em que elas pretendem garantir a defesa da língua e facilitar o estudo e ensino do idioma. Por isso, também parece não caber à presente proposta a declaração exarada no Manifesto-Petição de que ela é, “nas suas prescrições, atentatória da defesa da língua”.

Só num ponto concordamos, em parte, com os termos do Manifesto-Petição quando declara que o Acordo não tem condições para servir de base a uma proposta normativa, contendo imprecisões, erros e ambigüidades”. Os doutos lingüistas da Universidade de Lisboa e professores de ambas as margens do Atlântico e especialistas das línguas africanas já apontaram falhas e sugestões. Mas isso tem ocorrido com todas as propostas de reforma, e elas são aceitas e adotadas mesmo assim, com promessas de melhorias no futuro. A mesma reforma de 1911, que tem sido considerada a mais feliz de todas, tão logo foi oficialmente aprovada, mereceu pareceres de elogio, mas também de receio de boa solução para alguns problemas da rica fonologia das vogais e da flexão verbal. E essas partiam do alto saber de D. Carolina Michaëlllis, signatária do texto da reforma.

As falhas que se podem apontar no Acordo Ortográfico, facilmente sanáveis, não devem impedir que a língua escrita portuguesa perca a oportunidade de se inscrever no rol daquelas que conseguiram unificação no seu sistema de grafar as palavras, numa demonstração de consciência da política do idioma e de maturidade na defesa, difusão e ilustração da língua da lusofonia.

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Acordo ortográfico para a lusofonia

José Paz Rodrigues

José Paz Rodrigues (*)

O passado dia 7 do presente mês de Abril é já umha data histórica para todo o mundo lusófono. A que por língua e cultura também pertence Galiza. Na Assembleia da República de Portugal, em Lisboa, tivo lugar umha Conferência Internacional sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, com participaçom de representantes dos diferentes países que no mundo têm como oficial a nossa língua.

Pola primeira vez, de maneira oficial, os portugueses convidaram a participar a directivos galegos da entidade reintegracionista AGAL. A que, com verdadeiro altruísmo, abriu a representaçom a outras entidades, como a Associaçom Cultural Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa, recentemente constituída, a Associaçom de Amizade Galiza-Portugal, o Movimento Defesa da Língua e a ASPGP, criada no ano 1978 e presidida por quem subscreve este artigo.

Entre outros ali estivérom Alexandre Banhos e Isaac Estraviz, presidente e vice-presidente, respectivamente, da Associaçom Galega da Língua. Também Ângelo Cristóvão, Xavier Vilhar Trilho, José-Martinho Montero Santalha, Margarida Martins, Concha Roussia e Manuela Ribeira. Banhos e Cristóvão apresentárom cadanseu relatório sobre a importância que tem a presença da Galiza, berço da lusofonia, na conferência, comunicando a adesom de todas as entidades reintegracionistas ao futuro acordo ortográfico. Que se espera será aprovado no parlamento português a princípios de Maio e para o que se organizou esta conferência preparatória.

Estamos, portanto, num momento histórico para a nossa língua, que daqui a pouco será também de uso habitual na ONU. A hispanofonia tem desde há muito tempo umha norma comum para a escrita do castelhano, embora os falares sejam diferentes em cada lugar. As diferentes academias do castelhano que há no mundo som um verdadeiro exemplo do que deve fazer-se para a promoçom e sobrevivência dum idioma. Em poucos anos o castelhano superará mesmo ao inglês. O galego-português, outra língua muito importante, presente em todos os continentes, necessita como água de Maio um acordo ortográfico. Depois de muitos anos parece que Portugal da um passo à frente somando-se a este acordo. Com polémica e debate, também necessários.

A primeira pedra para este acordo já se colocou no Encontro de Rio de Janeiro, celebrado de 6 a 12 de Maio de 1986 na Academia Brasileira de Letras, que presidia Antônio Houais. Naquela altura já estivera presente no encontro de unificaçom ortográfica para a lusofonia Isaac Estraviz, entre outros galegos. Quem subscreve fazia parte da comissom galega para trabalhar pola integraçom do idioma galego no acordo.

Os galegos fomos os primeiros, e quase os únicos, em publicar com a ortografia do chamado Acordo de Rio. Quatro anos mais tarde, esta vez em Lisboa, na Academia das Ciências, presidida por Jacinto Nunes, de 6 a 12 de Outubro de 1990, houve outro encontro com presença de umha delegaçom galega. Pode que o prédio iniciado em Rio se termine de construir agora com o apoio do parlamento português. Para efectivar este acordo há umha moratória de seis anos.

Entre outras cousas, este acordo ortográfico para toda a lusofonia, representa a desapariçom dos grupos cultos ct, cc e pt, como no português do Brasil. Também a simplificaçom do acento, a desapariçom de c e p nas palavras em que estes fonemas nom som pronunciados, e do hífen e o acento circunflexo em bastantes palavras. Ao incorporar k, w e y, o alfabeto passa de 23 a 26 letras.

Mas o que a nós nos preocupa é o que vai fazer o governinho galego e a Academia corunhesa. Até hoje infelizmente de costas viradas a toda a lusofonia. Continuando ademais com aquele antidemocrático decreto normativo do ano 1983. Data desde a que, como vem de assinalar acertadamente o escritor Caneiro, a política lingüística seguida foi todo um erro e um horror na Nossa Terra. Acrescentamos nós que Galiza ou é lusófona ou nom é nada. Tal como também pensava Carvalho Calero e actualmente Diaz Pardo e o empresário Adolfo Domínguez.

(*) Professor da Faculdade de Educaçom de Ourense.

Fonte original:

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Umha experiência inesquecível

Alexandre Banhos
Alexandre Banhos

Para Lisboa

Na viagem para Lisboa o carro Daewoo dera-nos alguns problemas. Numha das paragens houvo que empurrá-lo para que o motor acabasse puxando dele. Ao chegar a Lisboa, parámos diante do nosso hotel, o American Diamonds (em lugar onde era proibido deixar o carro) e negou-se nesse momento a voltar a acender.

O Hotel fora procurado com cuidado, estava perto da Praça do Marquês de Pombal, era antigo mas fora renovado totalmente havia pouco mais dum ano, e a valoraçom dos clientes que aparecia na Internet levava um 8,5 sobre 10. Aliás, o preço era do mais interessante, pois os demais hotéis que encontrámos estavam todos por cima e os mais baratos tinham muitos inconvenientes. E além disso a estaçom do metro estava mesmo na porta.

Os quartos eram novos e estavam perfeitamente acondicionados, além de serem todos diferentes. Fiquei contente da escolha, era ali que íamos passar duas noites os dez membros da delegaçom galega que nos deslocámos a Lisboa. (onze membros se somarmos o jornalista e amigo de La Voz Joel Gomes, ainda que nom parava no nosso hotel) .

Como chegáramos umhas horas antes do grupo no que conduzia Cristóvão, saimos de passeata por Lisboa e fomos cear ao Bairro Alto na mais antiga cervejaria de Lisboa A Trindade; um bom acerto a recomendaçom do Estraviz e a Manuela.

De volta ao hotel encontrámo-nos com os outros cinco expedicionários, umha grande alegria acho que nos dominava a todos.

Foto-reportagem em Lisboa
(07-08 de Abril de 2008 | Fotografias: Ângelo Cristóvão)

Para a Assembleia da República

No carro vinhera uma pesada caixa de livros da AGAL, e era objectivo nosso leva-la até a Assembleia da República onde pensávamos fazer o reparto deles, e estando o carro parado em lugar proibido, e vendo que já esquecera isso de nom acender, só girar a chave funcionou óptimo, acordámos repartir-nos e uns ir de metro e os outros de carro até Sam Bento.

O acto começava às 10h30 e ainda nom eram as 9h30 e já estávamos todos ali, sendo os primeiros em chegar. De seguida comprovámos, que no livro do registo de admissões à A.R., figuravam todos os nossos nomes. Ao pouco chegou um catedrático da Universidade de Lisboa, Fernando Cristóvão, bom amigo de Estraviz e rapidamente se encheu com um bom pacote de livros que o fijo felicíssimo (rápido tirou um saco de plástico dum bolso do casaco), foi o começo duma rápida e amável pressom de diversos intervenientes interessando-se polas publicações da AGAL, a tentarem todos apanhar algum livro, até que o pacote se acabou, salvo meia dúzia de exemplares que previsoramente ainda ficavam no carro (eram para a CPLP); ali estavam os nossos congressos internacionais, o dicionário quadrilíngue de Carlos Garrido, os Estudos Galego Portuguesas, da Fala e Escrita de Carvalho Calero etc etc. O Estudo Crítico e o Prontuário. Pola sua parte Cristóvão levava vários exemplares de dous interessantes livros, o de António Gil 25 anos de sociolinguística e literatura e A influência da Obra de Lluis Aracil nas Políticas Linguísticas que corrêrom sorte parelha.

O carro nom ficara bem situado e foi-se mudar de sítio. Infelizmente tinha umha roda já travada e houvo que largar sessenta euros para poder fazer-se com ele. Depois foi deixado na área de autoridades do estacionamento da AR onde, ao sermos convidados, estava autorizado e sob o controlo da GNR.

Às 10h10 já estávamos dentro da AR, na sala do Senado (hoje nom existe senado mas é uma relíquia da sala dos pares do século XIX e do senado que existiu na Primeira República em 1911).

À entrada do acto entregou-se-nos umha pasta em que estavam as nossas comunicações e diversa informaçom, entre ela umha fotocópia do Diário da República de 23-8-91 em que se publicou o texto do acordo ortográfico de 1990, e onde se cita a existência da delegaçom de observadores da Galiza.

O Presidente da AR Jaime Gama abriu o acto, eram já passadas as 11h00. O Presidente da Comisão de Ética, Sociedade e Cultura Luís Marques, enquadrou o feito da Conferência e Audição, que de acordo com o Regulamento da Câmara ia ter lugar esse dia, passando logo a palavra aos intervenientes:

Adriano Moreira, Presidente da Academia de Ciências de Lisboa, numa breve intervençom que ao dia seguinte achei num jornal de distribuiçom gratuita, insistiu nas bondades do Acordo ainda que segundo ele era lástima que o Acordo seja um tratado e nom umha simples declaraçom de vontade dos estados, pois para ele isso é algo muito mais simples e efectivo.

Evanildo Bechara, Presidente da Academia de Letras do Brasil, fijo umha bela comunicaçom onde debulhou as questões a ver com o Acordo, com esse jeito dele formoso e preciso.

Albertino Bragança quem é escritor e umha das personalidades mais importantes de São Tomé e Príncipe (Estado assinante do protocolo adicional do Acordo), país em que preside ao Partido Democrático, e em que ocupou todo o tipo de postos, incluídos ministeriais. Apresentou as questões a ver com o Acordo de jeito muito pessoal e original pondo sobre a mesa aspectos a ver com as relações dos povos dos estados africanos com a língua portuguesa e as relações com as suas línguas nacionais.

Amélia Mingas, Presidenta do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, ligado a CPLP, e com a sede na cidade de Praia em Cabo Verde, deu a comunicaçom provavelmente mais apaixonada. Esta Angolana que tem trabalhado muito a prol das línguas nacionais angolanas, o Iwoyo, kikongo e Kimbundu, licenciada em literatura germânica e doutora pola Sorbonne em Ciências da Linguagem, declarou falar a título pessoal e nom na sua condiçom de Presidenta do IILP, e trouxo a debate questons a ver com a língua portuguesa que iam para além da simples discussom do Acordo.

Pouco depois das 12h00 acabárom as intervenções. E trás um rebulir com uns e com outros e falar com a gente da imprensa, juntei-me a Jaime Gama, Luís Marques, às personalidades que vínhamos de escuitar, aos responsáveis dos grupos parlamentares, a Vasco Graça Moura a Carlos Reis, ao Secretário Executivo da CPLP Luís de Matos, Helena da Rocha, e umha encantadora deputada socialista da que infelizmente esquecim o nome.

Fijemos um percurso polo edifício da A.da R. guiados pola amável e atenciosa Elisabeth, guia do edifício, e o próprio Jaime Gama que nos ensinárom o velho Paço de São Bento e a sua história e os seus segredos todos. Acho que falei com todo o mundo e com todos tentei estabelecer laços que ultrapassem no futuro o simples facto de ali coincidirmos. Com Luís de Matos falei da reuniom que ia haver ao dia seguinte na CPLP, e forneceu-me interessantes informações que desconhecia. Com Albertino Bragança adquirim alguns compromissos aos que lhe tenho de dar resposta. Com Amália Mingas, o nosso foi empático, muito nos rimos, entendia o que se passa na Galiza maravilhosamente, ao dia seguinte despertei-na telefonando-a ao seu hotel. Espero que a nossa relaçom perdure, o seu olhar e o seu falar franco e sao é um prazer. Fazer amizades assim já paga a pena tudo. Com Luís Marques fijemos-nos interessantes e deliciosas confidências

A comida tivo lugar no novo edifício anexo inaugurado há dez anos e onde estám os escritórios dos 230 deputados.

O almoço foi realmente de abades e os vinhos impressionantes. Fum colocado à beira de Carlos Reis, com quem vim a falar de temas ligados à formaçom. A existência dum amigo comum, Elias Torres, facilitou muito a nossa aberta relaçom, e de facto ficámos em estabelecer contacto entre a nossa Associaçom e a sua Universidade por questões de mútuo interesse. Em frente estava o representante do PCP João Oliveira, e Helena Rocha, e a agradável deputada do PS de que esquecim o nome (peço-lhe desculpas se me lê). Estava também ao lado de Carlos Reis esse magnífico poeta e latinista que é o deputado europeu Vasco Graça Moura. A relaçom entre todos foi cálida e cordial e a conversa muito agradável deslizou-se sobre questões a ver com o Acordo e muitas cousas mais.

Ao sairmos para as intervenções de Vasco Graça Moura e Carlos Reis, ainda demorei um bom bocado atrás do grupo indo de palique com Amália Mingas.

Pouco depois das 14h30 começou a Audição Pública, essa interessante figura que recolhe o Regulamento do Parlamento Português.

Estava presidida por Teresa Portugal vice-presidenta da Comissão de Ética, Sociedade e Cultura acompanhada sempre do Presidente da Comissão Luis Marques e os representantes parlamentares: João Oliveira do PCP, Ana Zita Gomes do PSD, Pedro Matos do CDS, e Luís Fazenda do BE. Teresa Portugal defendeu a posiçom do PS.

Vasco Graça defendeu o nom ao Acordo com um seu discurso e argumentário cheio de interesse e do qual estavam todos na sala perfeitamente apercebidos, pois os argumentos vinham sendo repetidos polo conferencista na imprensa.

A contra-réplica de Carlos Reis resultou do ponto de vista da oratória muito mais efectista e foi dando-lhe a volta um a um aos argumentos anteriormente expostos.

Logo falaram, o amigo e lexicógrafo Malaca Casteleiro. Godofredo Oliveira, Presidente de Geolíngua (já nos enviou umha notícia para o PGL). Helena Rocha Freire (uma velha partícipe nos Acordos). Fernando Cristóvão da Faculdade de Letras de Lisboa. Rui Beja (Presidente dos Editores e o primeiro a falar em contra). E Alexandre Banhos.

Coloquei-me de pé por ser uma posiçom na qual me sinto mais à vontade e pensava dissimular assim mais o meu nervosismo (é-me conatural). Porém, o facto de ter que pegar no microfone com uma mao e ir passando as folhas com a outra, levou-me a perder o carreiro nalgumha ocasiom. Numha delas introduzim a frase duma missiva de Castelao a Sanchez Albornoz em que afirma que "desejo, além disso, que o galego se aproxime e confunda com o português" mudando-a por outra em que era o próprio Castelão quem aspirava a confundir-se com um português.

Luís Costa falou em contra com razões lingüísticas. O Presidente da Associação Timorense véu pôr de relevo problemáticas muito específicas desse Estado. Ângelo Cristóvão estivo sereno e soberbo na sua comunicaçom. Seguírom-se ainda quatro intervenções mais, todas elas cheias de interesse.

Polos grupos Parlamentares, nom houvo nengum grupo que se manifestasse contrário ao Acordo, ainda que PCP e CDS tinham posições muito parecidas, sendo de extremos opostos. O PS foi firme a prol, o PSD foi firme a prol ainda que com críticas aos socialistas. Polo Bloco de Esquerda falou Luís Fazenda, um velho conhecido meu e um grande amigo da Galiza.

Uma hora antes do tempo previsto a Audição tinha finalizado e todos os galegos estávamos felicíssimos, conscientes de termos participado num feito histórico.

Todos os demais membros da Delegaçom galega nom citados anteriormente, mas que figuravam na relaçom de pessoal convidado à Assembleia da República, eram: Isaac Alonso Estraviz, Margarida Martins Vilanova, Martinho Monteiro Santalha, Manuela Ribeiro Cascudo, Xavier Vilar Trilho, Concha Rousia, António Gil Hernandez e Teresa Carro. Ademais estava dum outro jeito o Joel Gomes.

A presença galega na AR percebia-se ao primeiro golpe de vista. Todos os que ali estávamos faziamos contactos, dávamos a conhecer a problemática do nosso País e trabalhávamos para que a Galiza caminhe no futuro no ronsel da Lusofonia, e que actos como este nom sejam mais excepcionais e fagam parte da nossa normalidade, que seria a melhor das garantias de futuro.

A Assembleia da República, convidando-nos para tratar nela acerca dum assunto competência do Parlamento Português e para o povo português, estava a dizer, 'eh amigos, a Galiza também tem a nossa língua, vocês nom som outros', e estava a dizê-lo nom a nós, senom ao povo português todo e a todos os povos da CPLP, e isso enceta um novo patamar das relações da Galiza com o resto do mundo que usa e cuida a nossa língua.

Foto-reportagem na Assembleia da República
(07 de Abril de 2008 | Fotografias: Ângelo Cristóvão)

Para a ceia no Brasuca

No processo prévio a irmos a Lisboa para participarmos como convidados na Assembleia da República, no que era um feito histórico, enviamos a todos os associados da AGAL em Portugal informações, ademais de agradecer-lhes a ajuda que uns quantos deles proporcionam(ram) para este tipo de assuntos.

Pensáramos em fazer um jantar na terça dia 8 em Lisboa com os agálicos e amigos que por lá moram, mas Luzia Teixeiro, responsável do grupo da AGAL em Lisboa e alma mater do grupo gz.pt, considerou que era muito melhor na segunda e umha ceia.

Mandamo-nos telefones, de novo comunicamos com os amigos e amigas agálicos e simpatizantes e ao final a Luzia encarregou-se de localizar um local no bairro alto para a nossa ceia ou jantar lisboês.

O local foi o Brasuca, muito recomendável para quem vaia por lá e gostar de descobrir um lugar com sabores transfiguradores e fantásticos, que bom estava todo, que bem o apontava essa meiga das palavras que é a Concha Rousia. Às 20h30 combináramos encontrar-nos todos no Largo de Camões.

Estava um dia de vento e chuva, às 20h30 nom aparecera ninguém, Estraviz e Manuela estavam a fazer umhas gestões; Cristovão e os seus acompanhantes de carro, estavam na Brasileira, Teresa Carro também andava por algures; a Margarida e eu próprio estávamos ao vento e à chuva dando voltas na praça e já duvidando se nom se daria algumha confusom, pouco depois recebemos umha mensagem no telemóvel da muito cara agálica, Margarida Santos, umha portuguesa que é verdadeira portugalega comprometida com a Galiza, dizendo-me que infelizmente é-lhe impossível vir ter connosco, que muito gostaria e que a desculpemos.

Quando estávamos perto de dez minutos para às 21 horas, num canto do espaço no meio do largo, vemos duas almas com cara também de estarem à procura como nós, achegamo-nos e eram dous dos moços galegos que vivem em Lisboa e que ali fam o que podem para apresentar a Galiza e as suas peculiaridades "literárias e linguísticas" aos portugueses. Por fim respirávamos, chamamos a Luzia que já vinha de caminho, e activamos a presença de todos, chamei aos membros da expediçom a Lisboa, e pouco a pouco fomo-nos juntando um grupo sob o olhar imperturbável de Camões.

Luzia que tem o olhar mais transparente que vim no mundo e a face luminosa como umha lua na mais formosa noite de luar, rapidamente pujo a comitiva a caminhar cara o Brasuca. O lugar fecha às segundas mas esse dia abrira para nós.

Logo me chama o Joel para pedir o lugar exacto e poder vir à ceia também. O encontro foi delicioso, muito falamos todos enquanto a refeiçom se alongava no tempo, iam ser mais das duas da manhã quando nos metemos no leito.

Para conhecermo-nos todos bem foi cada um fazendo a sua apresentaçom, muitas dérom lugar a perguntas e a gerar fios de conversa que logo dérom num lindo novelo multicor.

Eis os participantes na ordem das suas apresentações: António Gil. Margarida Martins. Inácio Vilarinho, um galego professor em Lisboa e a primeira alma que víramos no Largo de Camões. Concha Rousia, elucidou-nos sobre a Rousia. Martinho Monteiro Santalha. Pedro Roirinha um português de Cascais muito firme a prol da Galiza. Miguel Arce a segunda alma do Largo de Camões e outro a difundir a realidade da literatura galega em Lisboa. Manuela Ribeiro. Isaac A. Estraviz, fijo a Luz sobre o assunto da participaçom galega nos acordos ortográficos do 86 e 90.

Henrique Salas da Fonseca, um português amigo de Cristóvão que tivo a gentileza de compartilhar o seu tempo connosco, e a quem é sempre muito doado achar em toda cousa que se fijer por Portugal a ver com a Galiza. Ângelo Cristóvão. Manuel Montecelo, que trabalha no laboratório de Física da Universidade Politécnica de Lisboa, a mesma onde está de professora a nossa amiga Tânia Rocha, outra pessoa que enviou desculpas por infelizmente receber o recado demasiado tarde para estar connosco. Rodrigo Porto, um técnico agrícola acho que da Terra Chã que fomos conhecer a Lisboa. Teresa Carro, de quem vinhemos a saber que tem avós portugueses de Monção.

Xavier Vilar Trilho. Joel Gomes. Alexandre Banhos. Luzia Teixeira, quem procurou o lugar e dinamizou Lisboa para termos sucesso e alegria. No dia 24 o grupo GZ(ponto)PT participa no Arraial do 25 de Abril, tenhem só uns quinze livros da AGAL umha bandeira e pouca cousa mais, isso é como umha feira e necessitam cousas (autocolantes, chapas, bandeiras...) e ajuda da Galiza, todo o que se lhe poda enviar (dentro das nossas terríveis limitações agradecêrom-no muito). Marta Negro que fijo umha muito pertinente reflexom ligando a política oficial da Galiza com o blaverismo no âmbito da línguas catalã. Rui Pires, um físico, também ligado à Politécnica de Lisboa, é um português para quem houvo um antes e depois de Nunca Mais e trás Nunca Mais véu o compromisso solidário com a Galiza.

Ainda falámos das pessoas que infelizmente nom estavam ali connosco e que muito gostariam de estar e de muitas outras cousas. Perguntárom se podemos participar em actos que eles organizam em Lisboa, portanto os leitores que podam animem-se.

Para quem queira descobrir o Brasuca, – paga a pena – há que ir pola rua Século, indo desde o Largo de Camões, e dali sai uma ruela que se chama João Pereira da Rosa, é no nº 7.

Foto-reportagem ceia organizada pola AGAL em Lisboa
(07 de Abril de 2008 | Fotografias: Ângelo Cristóvão)

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