Info Atualidade (459)

A AGLP publica "Carvalho Calero: por um Galego útil, rendível, económico e competitivo"

O volume inclui trabalhos de Joel R. Gômez, quem edita 2 artigos muito marcantes na trajetória de Carvalho, e de José-Martinho Montero Santalha e António Gil Hernández

AGLP 19/10/2025


A Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP) publica o Anexo VI do Boletim da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), com o título Carvalho Calero: por um Galego útil, rendível, económico e competitivo. Inclui trabalhos de Joel R. Gômez, quem edita 2 artigos muito marcantes na trajetória de Carvalho, e de José-Martinho Montero Santalha e António Gil Hernández.

O volume inicia-se com o estudo “A produção jornalística de Carvalho Calero sobre política linguística: por um galego útil, rendível, económico e competitivo”, de Joel R. Gômez. Este trabalho foi defendido o dia 5 de outubro de 2024 na Casa da Língua Comum, em Santiago de Compostela, com ensejo da tomada de posse do como académico numerário da AGLP. Analisam-se mais de cem textos divulgados por Carvalho Calero no jornal La Voz de Galicia, em que se ocupou de temas de política linguística. Reivindica-se como produtor de artigos de opinião e reclama-se a atualidade da sua doutrina reintegracionista, reclamando que seja considerada de novo na agenda política da Galiza, após os decepcionantes resultados da política linguística aplicada desde abril de 1983, que derivou na perda de utentes da língua da Galiza, e a sua progressiva substituição pelo espanhol.

Na bibliografia final referenciam-se 236 trabalhos de Carvalho Calero, publicados entre 1945 e pouco antes da sua morte, em La Voz de Galicia. Reproduzem-se no final 2 desses artigos de Carvalho, publicados no referido jornal no verão de 1975, em que propõe uma modificação progressiva da ortografia galega, passando de uma orientação alicerçada no galego-castelhano para o galego-português, esta última em consonância com a história e a tradição da língua e o Galeguismo.

O volume completa-se com os artigos “Recebimento de Joel Gômez na AGLP”, de José-Martinho Montero Santalha, com informações de interesse sobre o novo membro numerário da AGLP; e “Carvalho Calero: Notas reintegracionistas”, de António Gil Hernández, no que o presidente da AGLP relata lembranças sobre o seu relacionamento com Carvalho Calero. Também se acompanha na capa de uma caricatura do autor estudado, da autoria de Siro López.

 

O valioso contributo jornalístico de Carvalho Calero

Ricardo Carvalho Calero (Ferrol, 1910 - Santiago de Compostela, 1990) é hoje reconhecido como cientista, pelos seus estudos sobre a língua e a literatura da Galiza; como produtor literário, pelos seus contributos de poesia, narrativa, teatro e ensaio; e como político, pela sua intervenção no Seminário de Estudos Galegos, tempo em que redigiu o primeiro anteprojeto de Estatuto de Autonomia para Galiza, com Luís Tobio, como ele próprio relatou no jornal La Voz de Galicia, em artigos publicados os dias 27/01/1981 e 12/09/1981. No campo político também é reconhecido pela sua atividade no Partido Galeguista, para além da luta sobre a política linguística, em especial desde a década de 1970 do século passado.

Merece valorizar-se também Ricardo Carvalho Calero como produtor de artigos de opinião, pois neste campo conta com trabalhos que podem ser considerados modelares, e dignos de fazer parte da bibliografia curricular dos especialistas. Estes trabalhos resultam muito valiosos e do maior interesse para conhecer a sua trajetória e a evolução da sua produção, como também para ajudar a transformar e potenciar a língua da Galiza.

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Cidade da Praia vai acolher a 13.ª edição do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa

A cidade da Praia, em Cabo Verde, será palco, de 16 a 18 de outubro, da 13.ª edição do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa (EELP), que este ano se realiza sob o tema “Independência, Literatura, Inteligência Artificial”. O evento é organizado pela UCCLA em conjunto com a Câmara Municipal da Praia.

A abertura oficial contará com a intervenção do Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, e o encerramento do ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga.

O encontro reunirá escritores, investigadores, editores, professores, críticos literários e leitores de vários países e regiões do espaço lusófono, promovendo o diálogo em torno do tema em análise. O programa coloca a Inteligência Artificial no centro das questões que hoje atravessam a criação literária e o futuro do livro. 

Nesta edição estará, também, em foco o V centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões, num ano em que se assinala o cinquentenário das independências em vários países lusófonos. 

 Escritores confirmados:

Angola: Israel Campos; 

Brasil: Ozias Filho; 

Cabo Verde: Adolfo Lopes, Arménio Vieira (texto), Dina Salústio, Germano Almeida, Hélio Varela (vídeo), Manuel Pereira Silva, Nardi Sousa, Paulo Veríssimo, Princezito e Sérgio Raimundo; 

Galiza: Teresa Moure Pereiro (AGLP)

Guiné-Bissau: Emílio Tavares Lima; 

Macau/China: Joaquim Ng Pereira;  

Moçambique: Sérgio Raimundo; 

Portugal: Hélia Correia, Isabel Castro Henriques (vídeo), João de Sousa (editora A Bela e o Monstro - edição comentada Os Lusíadas), Manuel Alegre (texto) e Ricardo Araújo Pereira;  

São Tomé e Príncipe: Alice Goretti Pina; 

Angola/Portugal: Cláudio Silva - Vencedor do Prémio de Revelação Literária.  

Folheto da 13.ª edição do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa - https://www.uccla.pt/sites/default/files/2025-10/XIII-EELP_Cabo-Verde_2025.pdf 

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O Dia da AGLP homenageou o trabalho de José Luís Fontenla por uma Galiza melhor e mais próspera

Fontenla fez parte das delegações galegas que participaram nos Acordos Ortográficos da Língua Portuguesa do Rio de Janeiro (1986) e Lisboa (1990). Foi advogado, ativista cultural e político, editor, escritor e pintor, segundo se salientou no ato.

 

AGLP 06/10/2025

Texto: J. Rodrigues Gomes; Coordenação Linguística: A. Cortiças Leira; Fotografias: José Gorís; Produção: Xico Paradelo. 


 

 

Levo na mão poesia

num saco branco

de lírios

cada abrente da manhã

levo na mão poesia

cada dia

num saco branco

de lírios

e não amanhece!

(José Luís Fontenla Rodrigues. Do livro Sememas)

 

O Dia da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP) homenageou na tarde do dia 4 de outubro na Casa da Língua Comum, em Santiago de Compostela, os trabalhos e a trajetória de José Luís Fontenla Rodrigues (Ponte Vedra, 1944 - Oleiros, 2025) por uma Galiza melhor, próspera, galega e lusófona. Falecido o 28 de junho deste ano, ele foi advogado, ativista cultural e político, escritor e pintor, segundo se salientou no ato. Foi posto em destaque, muito especialmente, ter participado como representante da delegação galega nos Acordos Ortográficos da Língua Portuguesa do Rio de Janeiro, em 1986, juntamente com Adela Figueroa Panisse e Isaac Alonso Estraviz; e no de Lisboa, em 1990, neste acompanhado de António Gil Hernández.

Também foram postas em destaque as suas produções literárias, tendo sido recitadas algumas das suas composições poéticas, recolhidas numa pequena e modesta seleção publicada com ensejo desta atividade.

O presidente da Fundação da AGLP, António Gil Hernández, lembrou também no ato as figuras de Evanildo Bechara, Blanca Garcia Fernández-Albalat, José Paz e Higino Martins, que pertenceram à instituição, falecidas também recentemente. Na homenagem estiveram presentes representações de diversas organizações políticas e culturais da Galiza.

 

Percurso biográfico

Luís Fontenla Figueroa, filho do homenageado, fez um percurso pelos acontecimentos que considerou mais marcantes na biografia do seu pai, desde os antecedentes familiares a empreendimentos em que se empenhou. Nascido no seio de uma família “conservadora e católica”, sempre se preocupou por “obter resultados”, disse. Fontenla Rodrigues “foi bom gestor dos discursos públicos possíveis” e com a sua atuação ele “construiu muitos projetos e organizou muitos outros” tentando, em muitas ocasiões, “fugir da autoria, mas provocar resultados”.

Aludiu à sua implicação no I Congresso de Direito Civil Galego, no Conselho das Forças Políticas Galegas, na legalização da AN-PG e da UPG, ao seu papel como acionista do jornal A Nosa Terra, como promotor e dirigente da Associação para a Defesa Ecológica de Galiza (ADEGA), uma função que se reconhece nesta altura em Santiago de Compostela, numa exposição comemorativa dos 50 anos dessa entidade, disponível para o público na Alameda da cidade) ou da editora SEPT.

O filho citou também os seus esforços por ter informação de primeira mão do Conselho da Galiza, através de contactos diretos com algumas pessoas que o integraram, ou mesmo com o político basco Manuel de Irujo. Não esqueceu Fontenla Figueroa a presença do seu pai no Ateneu de Ponte Vedra e com o coletivo Amigos da Cultura dessa cidade, defendendo o reconhecimento do direito civil galego, e centrando-se no melhoramento da língua da Galiza. Nesta última função, ele foi membro pioneiro da Associaçom Galega da Língua. Mas, sobretudo, é lembrado por ter promovido e trabalhado muito intensamente nas Irmandades da Fala de Galiza e Portugal e nas revistas Nós, Cadernos do Povo, O Ensino e Temas d’O Ensino, segundo referiu.

 

Nos Acordos Ortográficos da Língua Portuguesa

A continuação, António Gil Hernández, quem foi estreito colaborador do ativismo linguístico, cultural e editor de Fontenla Rodrigues, referiu-se à participação do homenageado nos Acordos Ortográficos da Língua Portuguesa do Rio de Janeiro e de Lisboa. Foi ressaltado também por Gil o facto de Fontenla ter sido das primeiras pessoas do mundo a utilizar, em publicações, as normas desses acordos, e como trabalhou muito ativamente para que fossem aplicadas na Galiza.

Gil Hernández fez um percurso por algumas datas e acontecimentos marcantes na História política da Língua da Galiza, que podem ser consideradas antecedentes dessa atuação de Fontenla Rodrigues. Assim, citou António Gil a grafia etimológica que promovia a Real Academia Galega em 1909; o vocabulário das Irmandades de Fala de 1933; a proposta ortográfica do Seminário de Estudos Galegos; já no franquismo, os livros de Ernesto Guerra da Cal de 1959 e 1963; as Normas da Real Academia Galega de 1970 e as primeiras Normas Ortográficas e Morfológicas do Idioma Galego (Nomiga) de 1971, ano em que principiou o seu andamento o Instituto de la Lengua Gallega na Universidade de Santiago de Compostela. Com posterioridade, as Normas elaboradas por uma Comissão Linguística presidida por Carvalho Calero, publicadas no Boletín Oficial da Xunta de Galicia e promovidas pelo Governo da Galiza nos tempos da pré-autonomia e nos inícios do regime autonómico; e, finalmente, as de abril de 1983, ainda vigorantes, após uma mínima modificação efeituada no ano 2003.

Ressaltou o trabalho de organizações como a Associaçom Galega da Língua, a AS-PG e das Irmandades da Fala de Galiza e Portugal, com as alternativas que promoveram desde a década de 1980-1990, e o envolvimento nelas de José Luís Fontenla Rodrigues. Gil Hernández lembrou o relevo de uma reunião celebrada em Ponte Vedra “seis meses antes do Acordo do Rio de Janeiro”, em que participaram os professores Fernando Cristóvão, Ricardo Carvalho Calero, José-Martinho Montero Santalha e Isaac Alonso Estraviz, e os escritores Fernando Assis Pacheco e Moncho de Fidalgo, e em que se acordou o interesse e a conveniência da presença de representantes da Galiza nesse Acordo Ortográfico agendado na cidade brasileira em maio de 1986, o que se conseguiria com as gestões também de Ernesto Guerra da Cal. António Gil referiu igualmente a participação posterior no Acordo Ortográfico de Lisboa de 1990, onde se recolheram os termos “lôstrego” e “brêtema” como exemplificações galegas. Já no tempo da AGLP, fundada em 2008, foi elaborado o Vocabulário Ortográfico Galego, sob a direção de Carlos Durão, já aceite e incorporado na língua comum.

Ainda lembrou Gil Hernández a defesa e o trabalho de Fontenla Rodrigues para que os países africanos de língua portuguesa (conhecidos como os PALOP) tivessem participação nas reuniões e negociações desses Acordos Ortográficos de 1986 e 1990, e mesmo as gestões diretas que realizou ao respeito em 1990, na Embaixada de Angola em Lisboa, para a sua presença efetiva nas reuniões, que finalizaram com a assinatura do documento em 12 de outubro desse ano, “com a adesão da Delegação de Observadores da Galiza”.

 

A Lusofonia, porta aberta e oportunidade para a Galiza.

Seguidamente, interveio Ângelo Cristóvão, também da Comissão Executiva da AGLP, amigo e colaborador de longa data de José Luís Fontenla Rodrigues, na atividade linguística, cultural e editorial. Ângelo Cristóvão reprovou o “esforço por ocultar a sua figura” na Galiza e valorizou e singularizou o trabalho de Fontenla Rodrigues como editor, nos anos 1985-2001. Destacou as revistas O Ensino (1985-1988), Temas de O Ensino (1986-1994), Nós (1986-2000) e Cadernos do Povo (1986-2001), bem como publicações de poesia, ensaio e teatro de produtoras e produtores da Galiza, e da Lusofonia, promovidas por ele. Fontenla também publicou numerosos e muito valiosos trabalhos, que por vezes assinou com nomes como João Padrão, Luís Roiz ou António Eirinha.

Ângelo Cristóvão referiu o esforço que representava para Fontenla acudir muito frequentemente, mesmo duas ou três vezes algumas semanas, à empresa gráfica Barbosa e Xavier, de Braga, onde se aprontavam essas edições, para preocupar-se de que tudo saísse bem. Deteve-se Cristóvão na coleção Clássicos da Galiza iniciada naquela altura por Fontenla e continuada com posterioridade pela AGLP; ou publicações como Mátria da Palavra, Incipet Liber da Lusofonia, em 1990, insistindo como a Lusofonia é uma porta aberta, uma oportunidade para a Galiza e para os seus escritores entrarem na República Literária.

 

A poesia de Fontenla Rodrigues

A segunda parte do ato consistiu na leitura de poemas de José Luís Fontenla Rodrigues, iniciada por Antia Cortiças Leira, académica numerária da AGLP que trabalhou na edição da publicação comemorativa editada com ensejo desta homenagem e que se distribuiu no ato. Também leram poemas Irene Veiga, correspondente da AGLP; Ângelo Cristóvão, Luís Fontenla Figueroa e a sua irmã Cristina Fontenla Figueroa.

            

 

Adesões e doação

António Gil Hernández deu conta das adesões do escritor José Maria Monterroso Devesa, do professor José Luís Rodríguez, e da académica correspondente da AGLP Inês Andrade Pais que, por variadas circunstâncias, não puderam participar presencialmente.

O ato finalizou com a doação por parte de Luís Fontenla Figueroa de diversas pertenças do seu pai, como a bandeira da Galiza com que foi velado e acompanhado nos atos fúnebres, que já pertencera a seu pai; uma bandeira de Portugal, carimbos e fotografias, entre outros elementos. Todos estes contributos incorporam-se agora à sua biblioteca, que foi doada no ano 2018 pela família e está disponível na Casa da Língua Comum, segundo foi referido.

O Dia da Academia Galega da Língua Portuguesa celebra-se anualmente o 6 de outubro, ou em datas próximas, com o intuito de comemorar o dia em que começou o andamento da AGLP, no ano 2008.

 

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Conferência “SOCIEDADE CIVIL, LÍNGUA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS”, Universidade de Santiago, 9 de outubro de 2025

 AGLP.  06/10/2025


CONFERÊNCIA “SOCIEDADE CIVIL, LÍNGUA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS”
Edifício CIE, Vista Alegre, Universidade de Santiago. 9 de outubro de 2025.

A Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa, dos Observadores Consultivos da CPLP, e a Academia Galega da Língua Portuguesa, entidade integrada nesta Comissão, organizam uma conferência sob o título “SOCIEDADE CIVIL, LÍNGUA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS”, que terá lugar o dia 9 de outubro de 2025, no edifício CIE (Vista Alegre), em Santiago de Compostela.

O evento, com o Alto Patrocínio do Governo autónomo da Galiza (Direção Geral de Relações Exteriores e com a União Europeia), será o quarto desta série de encontros, depois dos realizados em 2019, 2021 e 2023, tendo participado, pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a Diretora Geral Georgina Benrós de Mello, o Diretor Geral Armindo de Brito Fernandes, e o Diretor de Ação Cultural João Ima Panzo. Pelo Governo autónomo galego, o Secretário da Língua ou o Diretor Geral de Relações Exteriores e com a União Europeia, além do município de Santiago, o Consello da Cultura Galega e diversas instituições culturais e académicas.

Nesta oportunidade procura-se o fomento da colaboração entre entidades diversas da sociedade civil, a divulgação das suas atividades e a criação de redes institucionais, pela partilha de experiências e a procura de sinergias, que possam alicerçar projetos no quadro do Plano Operacional para a Difusão da Língua Portuguesa (2021-2026), documento aprovado na CPLP que orienta as suas políticas internacionais.

O evento, de entrada livre, realiza-se em dependências da Universidade de Santiago, como principal instituição colaboradora. Conta também com o apoio da Associação de Docentes de Português na Galiza, a AGAL, a Fundação Meendinho, o Grupo Galabra de Investigação, o Observatório da China e a Cátedra Unesco em Políticas Linguísticas para o Multilinguismo.

Os vídeos das três edições anteriores estão disponíveis no canal de TV da Universidade e na página web www.academiagalega.gal. Também nesta oportunidade será emitido em direto (streaming) pelo canal de TV da USC.

 


PROGRAMA: 

 

 

 

Evento da Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa, dos Observadores Consultivos da CPLP e da Academia Galega da Língua Portuguesa. Edifício CEA, Vista Alegre. Universidade de Santiago de Compostela. 9 outubro 2025

 

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DIA DA ACADEMIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NA GALIZA, 4 DE OUTUBRO DE 2025

AGLP.  29/09/2025


Na tarde do sábado, dia 4 de outubro de 2025, na Casa da Língua Comum, em Santiago de Compostela, a Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP) celebrará o seu já tradicional DIA DA AGLP. Este ano, para além de servir como espaço de convívio e encontro da comunidade académica e de todas as pessoas que colaboram com a AGLP, celebrará a vida e pessoa do saudoso José Luís Fontenla Rodriguesvulto incontornável da nossa língua e cultura e académico de honra da AGLP.

Os atos começarão pelas 16 horas, desenrolando-se segundo o seguinte programa:

PROGRAMA:

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Inauguração da CÁTEDRA CARVALHO CALERO (CCC) da Universidade de Santiago

O Paraninfo da Universidade de Santiago será o espaço institucional em que terá lugar o primeiro ato público da Cátedra oficial Carvalho Calero, (CCC) no 23 de setembro de 2025, terça-feira, às 12:30h, evento em que participarão, além das autoridades académicas e políticas, o professor José-Martinho Montero Santalha, académico numerário da AGLP, como padrinho do ato. O ritual de nascimento da CCC terá acompanhamento musical.

 

AGLP.  21/09/2025


Será anunciada também a criação do prémio Carvalho Calero em várias modalidades: Investigação, Criação e Menção Honrosa, segundo pode ler-se na página oficial:

«Criado em 2025, o Prémio Carvalho da Cátedra Carvalho Calero tenciona distinguir anualmente obras individuais ou coletivas, e mesmo pessoas ou entidades e empresas, que venham contribuir para o conhecimento da produção intelectual, pensamento, valores e personalidade do nosso patrocinador, assim como promover ou reforçar as relações da Galiza com os países de Língua Portuguesa. Pretende incentivar o pensamento crítico e a investigação académica ou ensaística, assim como a criação literária produzida em galego-português, nas variedades padronizadas segundo a conceção do Prof. Carvalho Calero. Pretende ainda fomentar o gosto pela leitura e pela escrita, promovendo, defendendo e valorizando a língua da Galiza, como veículo de instrução para a cidadania e para o desenvolvimento sustentável, mostrando a esta sociedade a possibilidade do uso útil no mundo».

Indica-se na mesma página oficial, que «a primeira publicação da CCC será um míni-livro peça única, que quer ilustrar a homenagem continuada de D. Ricardo a Castelao, no 75 aniversário do falecimento deste. Num ano com tantas honras ao ilustre escritor, artista e político, o seu mais dileto discípulo –acarinhado polo próprio Castelao para levar com ele de secretário ao exílio–prova, com só um recorte das suas dilatadas abordagens, a especial devoção e entendimento».

Anuncia-se também a seguinte atividade da CCC, um encontro de homenagem ao professor João Malaca Casteleiro, em colaboração com a Academia Galega da Língua Portuguesa, parceira da Cátedra.

A Cátedra Carvalho Calero é uma instituição universitária de utilidade pública, tendo por finalidade central a investigação, divulgação e promoção nacional e internacional da obra de D. Ricardo Carvalho Calero. É igualmente da sua incumbência fomentar o estudo da literatura galega contemporânea, em continuação das orientações do seu patrocinador intelectual, potenciando assim mesmo o interesse pela leitura e escrita em galego, dando apoio à nova criação, e estando atenta para a análise das ideias sobre Literatura e Cultura do nosso tempo, com desenvolvimento de modelos de inovação na educação, pesquisa e difusão científica e cultural.

Foi criada estatutariamente por acordo do Conselho de Governo da USC (26 de abril de 2024), sendo nomeado Carlos Quiroga o seu primeiro diretor (28 de junho de 2024) e inaugurando-se oficialmente em 23 de setembro de 2025.

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PESAR POLA MORTE DE BRANCA GARCIA FERNÁNDEZ-ALBALAT

A Doutora em História Antiga e arqueóloga Branca Garcia Fernández-Albalat, académica correspondente da Academia Galega da Língua Portuguesa, faleceu na noite de ontem, na companha dos seus seres mais queridos.
Grande investigadora e divulgadora da cultura e da religião celta galaica e lusitana, acompanhou de estudos linguísticos a sua pesquisa arqueológica desde a USC, a Universidade do Minho, a Universidade do Porto e a UVigo, trabalhando também em escavações, assim como em atividades desenvolvidas sem amparo das instituições.
O seu contributo ao nosso conhecimento da própria história e ao fortalecimento da nossa identidade será sempre motivo de gratidão e de honra para a AGLP, que está a trabalhar para dar a conhecer a sua obra inédita.
Sabemos que a nossa académica transcenderá e que a Terra da Eterna Juventude aguarda a sua chegada.
Haverá um ato fúnebre, seguido de enterro, hoje, 1 de setembro do 2025 ás 11 da manhã, em Pompas Fúnebres da Corunha (Praça da Palhoça, 4), e pelas .20 h. funeral na Igreja de Santiago da mesma cidade.
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Ramom Reimunde, da AGLP, resgata O Bispo Santo, um belo e original produto literário de Álvaro Cunqueiro e Otero Pedrayo

Trata-se do “romance de Gonçalo Árias, santo e herói”, que ajudou os galegos. A sua história foi redigida, em 1944, por “dois grandes autores em um só heterónimo”.

 

AGLP.  22/07/2025

Texto: J. Rodrigues Gomes; Coordenação Linguística: A. Cortiças Leira; Produção: Xico Paradelo.


Ramom Reimunde, membro numerário e um dos fundadores e pioneiros da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), publicou e começou a difundir neste verão uma versão, em português da Galiza, d’O Bispo Santo. É este um original produto literário, assinado por Álvaro Labrada, pseudónimo sob o qual se acolhem Álvaro Cunqueiro e Ramom Otero Pedrayo, duas figuras centrais da narrativa galega do século XX.

Segundo se esclarece nesta recente edição, o texto d’O Bispo Santo foi assinado em maio de 1944 por Álvaro Cunqueiro, com o pseudónimo de Álvaro Labrada. Porém, “Cunqueiro incorporou ao texto original trechos d’A romaria de Xelmírez do também grande escritor Ramom Otero Pedrayo, traduzidos do original galego de 1933”. Esses trechos de Otero são transcritos nesta nova versão em negrito, assinala Reimunde. “Portanto, eis dois grandes autores em um só heterónimo“, conclui. Esta edição está ilustrada com um desenho da capa, além de um texto de contracapa, de Maria Reimunde. Consta de 114 páginas e é uma edição não venal. Relata as andanças de Gonçalo Árias, bispo de Mondonhedo como peregrino a Compostela, a Roma e a Jerusalém. Afirma-se dele que, numa estada no Ermo (Ortigueira) teve “mil sonhos e visões”. E venceu o demónio mais de cem vezes. Satanás tinha o rosto fino e frio de Peláez, o bispo de Compostela”; ou como, ao regressar de Terra Santa, “quis visitar a sua diocese, do Sor ao Eu, desde Cervo até Meira. Não se fartava de ver a terra, de cavalgar os seus caminhos. Quiçá os seus diocesanos o achavam um bocadinho estranho. Não contavam que o toparam predicando aos corvos nas penhas que hoje chamam Sermão dos Corvos?”

 O Bispo Santo trata-se de uma “maravilhosa hagiografia inventada de São Gonçalo, o Santo popular por antonomásia da nossa paróquia natal de São Martinho de Mondonhedo, –de onde a cidade bispal de Vila Maior toma o seu nome–, que celebra a sua festa a finais da Primavera no lugar que chamam O Santo, em uma ermida perto do alto d’A Grela, e ainda outra festa popular teatralizada sobre o falido desembarco normando na praia de Tupide da Ribeira, no porto de Foz, no Verão. As páginas deste livro sobre tão singular Batalha Naval são talvez as mais formosas escritas nunca sobre o mar de Foz”, afirma Ramom Reimunde.

No “Prólogo” d’O Bispo Santo salienta-se por parte de Cunqueiro [Álvaro Labrada] como no livro “conta-se a vida de um bispo dos séculos de ferro”. De um bispo galego que, depois de peregrinar pelos caminhos do mundo e vencer normandos, tendo visto a Deus, morreu tal e como está dito em Juízes, XIII, 22: ‘Os que viram a Deus morrerão’. Conta-se a vida de Gonçalo, dando-lhe o seu lugar à história e à lenda. Não, não é esta uma biografia romanceada; em todo o caso, é o romance de Gonçalo Árias, santo e herói. Deus nos ajudou com ele, aos galegos quando, aterrados, gritávamos o A furore normanorum, libera nos, Domine. As naves normandas ainda hoje afundem diante de São Gonçalo numa vidraça da catedral mindoniense, em um mar vermelho, de um vermelho do “Dies irae”.

“Linguagem limpa que brota como fonte”

Ramom Reimunde Norenha nasceu num 18 de abril de 1949 na paróquia de São Martinho de Mondonhedo, no Concelho de Foz. Na sua formação destacam os estudos na Escola Superior de Engenharia Naval de Madrid, e de Nâutica na Crunha. Atingiu o título de Capitão da Marinha Mercante. Com essa profissão, exerceu em barcos espanhóis e estrangeiros. Posteriormente, completou estudos na Universidade de Santiago de Compostela, tendo-se licenciado em Filologia Hispânica em 1979 e em Galego-Portuguesa em 1982. Tendo trabalhado como docente e investigador no ensino público, em liceus de Viveiro, Lugo e Foz, atingiu a condição de catedrático em 1992. Ramom Reimunde também salienta pela sua atividade de empresário florestal, dirigindo, desde 1989, a empresa Reimunde SAT, que é a editora deste volume O Bispo Santo, de Álvaro Labrada. Resultado dessa experiência empresarial é também O Segredo do Monte, uma história florestal do mato na Galiza.

Ramom Reimunde foi um dos pioneiros da Associaçom Galega da Língua e do Movimento Reintegracionista da Galiza, que procura a restauração da ortografia, morfologia e gramática da língua da Galiza segundo a sua história e a tradição defendida por Castelao e o Galeguismo. Entre a sua produção merecem salientar-se publicações como Cativério de Fingoi. Os anos lugueses (1950-1965) de D. Ricardo Carvalho Calero (2010), um dos estudos da sua especialização em Carvalho Calero. Também Poesia Completa de Leiras Pulpeiro (1983); uma edição de Trebom, de Armando Cotarelo (1984); Bem pode Mondonhedo desde agora (prémio de ensaio Á. Fole em 1998, sobre Leiras). Também escreveu sobre Costumes antigos de Galiza, fez a tradução da banda desenhada de Mafalda (1985), e uma crónica romancística sobre o mar e a pesca do bonito que intitulou A Costeira (2006). Neste último trabalho, resgatou um livro inédito do professor Marcos Loureiro, em que não se sabia se contava uma história, um sonho, um jogo de futebol, uma lenda, um diálogo, uma canção ou um verso “porque era cambiante e sempre inventado, de tema fantástico ou científico”, segundo refere Reimunde. Também tem colaborado na imprensa galega, em especial nos jornais El Progreso e La Voz de Galicia, recolhendo parte da sua produção neste âmbito no volume Com textículos (2010).

A leitura d‘O Bispo Santo, segundo assinala Maria Reimunde “mergulha-nos numa Galiza medieval, mítica e marinheira, numa prosa que respira pedra e erva molhada, traduzido ao galego português com precisão e alma por meu pai Ramom Reimunde, com uma linguagem limpa que brota como fonte”.

 

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Pesar pela morte de José Luís Fontenla Rodrigues, membro de honra da Academia Galega da Língua Portuguesa

A Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP) recebe com enorme pesar e tristeza a comunicação da morte de José Luís Fontenla Rodrigues, Membro de Honra da nossa entidade e uma figura referencial do Movimento Lusófono da Galiza.


 AGLP 30/06/2025

Nascido o 9 de fevereiro de 1944, em Ponte Vedra, ele tinha 81 anos e o seu enterro realizou-se às 11:45 horas de hoje, 30 de junho, no cemitério de Santo Amaro da sua cidade natal. O óbito aconteceu em Oleiros, onde ele morava.

José Luís Fontenla (esquerda) com outros membros da AGLP


José Luís Fontenla Rodrigues era filho de Maria Rosa Rodrigues e José Luís Fontenla Mendes, que fora membro das Mocidades Galeguistas, do Partido Galeguista, do Seminário de Estudos Galegos, de Labor Galega de Ponte Vedra e da editora SEPT.
Fontenla Rodrigues notabilizou-se como ativista político e cultural, advogado, escritor, poeta, jornalista, tendo utilizado diversos pseudónimos como João Padrão, Luís Röiz, António Eirinha e outros.

Entre as suas múltiplas produções, merece especial destaque o ter sido representante das delegações galegas que participaram nas negociações dos Acordos Ortográficos da Língua Portuguesa celebradas no Rio de Janeiro (em maio de 1986, acompanhando com Adela Figueroa PanisseIsaac Alonso Estraviz -quem tinha a delegação de Ernesto Guerra da Cal-) e Lisboa (em outubro de 1990, juntamente com António Gil Hernández).

No âmbito da atividade profissional e cívica durante a ditadura franquista destaca em 1970 a sua implicação a favor da abolição da pena de morte, pela amnistia e os direitos humanos, a título pessoal e em iniciativas coletivas por meio da Ordem dos Advogados.
No terreno político cofundou o Conselho de Forças Políticas Galegas, em reunião realizada no seu escritório de advogado de Ponte Vedra em janeiro de 1976, mantendo relação direta e epistolar com as mais relevantes figuras políticas do âmbito espanhol. Fundou o Partido Galego Social-Democrata, sendo candidato ao Senado espanhol pelo Partido Socialista Galego em 1982. Foi representante da Galiza na Plataforma de Convergência Democrática durante a ditadura franquista, na clandestinidade. Colaborou com o Euskal Sozialista Bitxarrea - Partido Socialista Vasco e o grupo socialista “ex-Reagrupament” de Josep Pallach para criar uma Federação de Partidos Socialistas com o PSOE (H) histórico. Elaborou um projeto de Constituição para a Galiza fazer parte de um possível Estado Confederal Espanhol.
Como advogado, fez as gestões em Madrid para a legalização da Asamblea Nacional-Popular Galega (AN-PG) em março de 1978, antecedente do atual Bloque Nacionalista Galego (BNG).

José Luís Fontenla considerava-se membro da Geração da Lusofonia “que defende a Lingua Portuguesa em toda a parte e como língua nacional e oficial de Galiza, Portugal, Brasil, PALOP, Timor, etc.” e defendeu e trabalhou para conseguir “uma política forte e decidida em prol da segunda língua românica do mundo, umas das mais formosas línguas do planeta, extensa e útil (Castelao) e opulenta e subtil (Pessoa) que falam 240 milhões de pessoas nos cinco continentes, segundo a UNESCO”, segundo ele escrevia em 2005. Também se tem considerado em alguma oportunidade Fontenla Rodrigues como continuador das ideias linguísticas e a conceção do patriotismo da Geração Nós.

José Luís Fontenla Rodrigues foi fundador da Associação Cultural O Galo, em Santiago de Compostela; presidente da Associação de Amigos da Cultura de Ponte Vedra; da Associação para a Defesa Ecológica da Galiza (Adega) e de Amnistia Internacional na Galiza. Foi também membro do Conselho de Redação do Boletim do Ilustre Colégio de Advogados de Ponte Vedra; relator no I Congresso do Direito Galego e Prémio de Ensaio nos Jogos Galaico-Minhotos de Guimarães. Também do Conselho Asessor da revista O Ensino. Entre outros muitos reconhecimentos, o dia 2 de setembro de 2018 recebeu em Chantada o prémio da Fundação Meendinho.

Autorretrato de José Luís Fontenla

José Luís Fontenla cedeu a sua biblioteca e mais a biblioteca do seu pai para a Academia Galega da Língua Portuguesa, e está disponível na Casa da Língua Comum, em Santiago de Compostela. Ele colaborou no Boletim número 10 da AGLP com o artigo “A Lusofonia e os Acordos Ortográficos”. Muitos outros trabalhos seus estão publicados em Nós, revista Galaicoportuguesa de Cultura, Cadernos do Povo e outras publicações das Irmandades da Fala de Galiza e Portugal, de que ele foi presidente.

Também publicou os livros Poemas de Paris e outros poemas; Itaca, tragédia num ato único europeu (teatro); Sememas; Poemas Lusófonos; Poemas para Cynara; Sem Título; Fragmentos sem nome ou Metamorfoses.

A Academia Galega da Língua Portuguesa envia as suas maiores condolências à família e amizades.

Nota de falecimento de José Luís Fontenla

 

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Pesar pela morte de Evanildo Bechara, eminente gramático e filólogo brasileiro e correspondente da AGLP

Ele defendia que “do ponto de vista linguístico, o galego nunca se separou do português”. Assim o indicou em 2008 quando, como representante da Academia Brasileira de Letras, participou em Compostela no lançamento da Academia Galega da Língua Portuguesa

Fonte: https://oglobo.globo.com/brasil/educacao/dicionaristas-aguardam-decisao-que-acaba-de-ser-atualizada-pelo-filologo-evanildo-bechara-3572905


AGLP. 25/05/205

A Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP) recebeu com enorme pesar e tristeza a comunicação da morte no Rio de Janeiro de Evanildo Bechara, aos 97 anos. Este eminente gramático e filólogo brasileiro é referente central e indiscutível no seu campo de estudo, com grande projeção internacional.

Evanildo Cavalcante Bechara, nascido em Recife em 26 de fevereiro de 1928, exerceu como Professor Titular e Emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), sendo mestre de várias gerações. Foi membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filologia, e membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Galega da Língua Portuguesa.

Foi também o representante brasileiro no Acordo Ortográfico que está a vigorar para a língua portuguesa. Ele defendia que “do ponto de vista linguístico, o Galego nunca se separou do português” e fazia e faz parte da língua comum. Assim o indicou em 2008 quando, como representante da Academia Brasileira de Letras, participou em Compostela no lançamento da Academia Galega da Língua Portuguesa.

Evanildo Bechara teve relação com a Galiza desde as décadas finais do século XX, e esteve em várias ocasiões em encontros com especialistas que defendiam a língua própria da Galiza como expressão da Língua Comum do Português. Entre essas atividades, Evanildo Bechara participou nas palestras que organizou o grupo promotor da Academia Galega da Língua Portuguesa na Faculdade de Filologia da Universidade de Santiago de Compostela, junto do Professor Malaca Casteleiro da Academia das Ciências de Lisboa, em outubro do ano 2007.

Depois, de novo em Santiago de Compostela, representou a Academia Brasileira de Letras na Sessão Inaugural da AGLP, em 6 de outubro de 2008, como também no Seminário de Lexicologia realizado em 5 de outubro de 2009.

Destarte, o professor apoia, desde a primeira hora, o nascimento da nossa instituição, trazendo o apoio da centenária academia brasileira à mais jovem entre as da língua portuguesa”, segundo se salientava no “Editorial” do número 3 do Boletim da Academia Galega da Língua Portuguesa (BAGLP), editado em 2010 e dedicado na sua homenagem como grande intelectual, mas também homenagem à sua figura humana e como brasileiro universal.

Na sua intervenção pública o 6 de outubro de 2008 na cidade de Santiago de Compostela, no ato de lançamento da AGLP, Bechara afirmou:

...do ponto de vista linguístico, o Galego é uma vertente desta realidade da língua histórica que se chama língua comum, que é o grande guarda-chuva ideal, modalizado pela cultura, que abriga todas as variedades linguísticas de todos os quadrantes geográficos em que essa realidade maior que se chama língua portuguesa é falada e escrita. De modo que do ponto de vista linguístico, o galego nunca se separou do português como uma entidade que pertence a essa realidade histórica que caracteriza uma língua de civilização e de cultura como é o português”.

Esta intervenção sua está recolhida também no número 2 do BAGLP. Naquela altura, Evanildo Bechara referiu-se à AGLP como uma porta aberta para a integração na Língua Comum, segundo recolheu a comunicação social.

Da sua ampla produção científica merece destaque a Moderna Gramática Portuguesa, cuja primeira edição data de 1961, com 37 edições até finais do século XX e que continuou a ser publicada no XXI com novas edições por ele revistas e ampliadas.

Também são da sua autoria outros títulos como Gramática Escolar da Língua Portuguesa (2001), Lições de Português pela Análise Sintática (2004), Gramática Fácil, Minidicionário da Língua Portuguesa, O que muda com o novo Acordo Ortográfico ou A Nova Ortografia.

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