"Ayes de Mi País" na Universidade do Minho

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O Centro de Estudos Galegos e o Departamento de Música do Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho, convidaram a professora Isabel Rei e o professor José Luís do Pico Orjais a apresentar Ayes de Mi País: o Cancioneiro de Marcial Valladares, volume editado em Dos Arcordes de parceria com a Central Folque e a AGLP.

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Academia Galega da Língua Portuguesa em Macau

 Cerimónia de abertura do 15º Colóquio da Lusofonia

Arrancou o 15º Colóquio da Lusofonia
com a participação da académica Concha Rousia

Inaugurou-se hoje, 12 de abril, no Instituto Politécnico de Macau (IPM), o 15º Colóquio da Lusofonia, sob o tíulo "Macau: Quatro séculos de Lusofonia - Passado, Presente e Futuro". No evento, que decorrerá até 15 de abril, participam 38 oradores da mais diversa procedência: Portugal, Galiza, Brasil, Macau, Moçambique, Alemanha, Bélgica, Bulgária...

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Joám Evans Pim: "Os restos dos sistemas pré-romanos de escrita sobreviveram até os nossos dias"

Professor Joám Evans Pim

O professor Joám Evans Pim é entrevistado no web do Congresso Internacional "Os Celtas da Europa Atlântica". O académico da AGLP participará nesse prestigiado encontro no dia 16 de abril apresentando a ponência "Da fala e da escrita: perspetivas evolutivas".

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Os únicos galegos e galegas livres

Concha Rousia 

Concha Rousia

Vinte e cinco de Julho, sempre!!

Como cada ano nascemos ao dia na Alameda de Compostela, chegados de todos os recantos do país; o meu caminho passara este ano polo Campus para deixar algumas cousas na banca que com alguns amigos e amigas iria atender na parte da tarde. Andei entre as manifestações, o que me permitiu contemplar várias paisagens...

Destaca na lembrança uma negra, que veio logo a coincidir com outra gémea sua depois à noite. Foi no Franco, voltando para o Campus, a entrada da rua que sobe para o Toural estava cortada por uma ringleira de escudos quadrados e negros; policiais de quadrados corpos e faces rectangulares a ferirem os olhos do que os mirar. As insígnias da sua pátria bordadas nos escuros uniformes... As escopetas a apontarem a qualquer parte; as ásperas vozes, altivas, a dispararem ordens ao ar para impedir o passo das pessoas... Um arrepio percorreu o meu corpo, adivinhei a dor nas costelas de compatriotas meus em mãos da policia espanhola que hoje roubava de nós as nossas ruas. Achei a imagem altamente simbólica dos tempos que correm na política da Junta da Galiza.

Do Franco saía um homem embebedado de álcool, anestesia de escolha para alguns acalmarem a dor deste etnocídio insidioso e interminável... ia movendo uma bandeira de estrela e berrando baixinho: 'Putos espanhóis' 'putos espanhóis'..., também ele me doeu... Decidi seguir a caminho do Campus e o Festigal; mas querer queria ir contra os escudos... e berrar bem alto: ‘Hoje, polo menos hoje, a minha pátria é minha!’ Mas calei, da minha mão ia a minha filha que não tirava os olhos das, segundo as suas próprias palavras, enormes escopetas; já no Campus todo era país... as cores, a música, a paisagem humana, e gastronómica... polvo, empadas, carne a grelha, alguém cozinhara num robô desses uma tortilha quadrada, interessante forma, acorde com os tempos...

Às quatro abrimos pontualmente a banca da Associação Pró-AGLP, bonitinha até polas flores cor laranja e o cheirinho do café... A nosso lado a banca mais heavy de toda a festa, a de AGAL; foi mesmo bom ficar juntos para celebrar. A tarde continuou-se com a passagem pola galeria das letras e a das ideias. O dia vinte e quatro foram as palavras de Ana Miranda, de Oriol Junqueras da Catalunya e de Renato Soeiro do Bloco de Esquerdas... Vozes de esperança para a nossa esquerda europeia. A seguir deles tive eu o privilegio de falar sobre feminismo, direitos sexuais e reprodutivos, junto com Olaia Fernández, deputada, e Carmela Garrido, da Marcha Mundial das Mulheres. Eu falei, entre outras cousas, das consequências psicológicas do aborto, ou até deveria dizer da ausência de consequências psicológicas quando a decisão é livremente tomada pola mulher.

Na galeria das letras não cabia mais uma pessoa, a sala ficou atestada para a apresentação do livro 'Sobre o racismo linguístico' edição coordenada por Pilar Garcia Negro, primeira em falar, com a sua inesgotável força, numa linguagem, como sempre, muito cuidada. Das suas palavras sobressai a denúncia do que o auto-odio leva feito connosco; falou da adaptação que dos nomes galegos se leva feito... Falou no caso da deturpação do sobrenome de um companheiro-professor levada a cabo por um antepassado deste emigrado no sul da Espanha, que converteu 'Candal' em 'Candil' para parecer mas aceitável para o castelhano... Porque seica 'Candal' não soava nada Espanhol. E eu pensei, acaso não será que para o galego se escolheu a ortografia castelhana em lugar da nossa ortografia histórica pola mesma razão? para que se pareça a algo espanhol? Deixo aqui estas reflexões que não pude, por falta de tempo, comentar com Pilar, mulher guerreira que admiro e da que sigo a aprender.

A seguir dela Xosé Ramón Freixeiro Mato fez um interessante e demorado percurso pola história, pola nossa história, mesmo que triste, nossa, e grande, e por contar, por escrever... E por último falou Luís Villares Naveira, o juiz de Primeira Instancia e Instrução da Fonsagrada, o juiz que eu escolheria se na Galiza se pudessem escolher essas cousas, e houvesse justiça de seu...

Das palavras, potentes e atrevidas, deste jovem juiz, quero salientar algumas que foram o motivo principal para eu escrever esta crónica; palavras que falam da ideia de ‘liberdade’. Liberdade para escolher em que língua falar os galegos e galegas. O primeiro é a afirmação de que para ser livres na hora de fazer essa escolha temos que ter competência nas duas línguas hoje oficiais na Galiza, ou então a escolha foi feita por nós. A Constituição espanhola insta aos poderes públicos para fazerem o que for necessário para que os indivíduos da Galiza tenham capacidade para poder escolher se falar em galego ou em castelhano; é por isso que desde o Estado não podem arremeter contra a Lei de imersão linguística da Catalunya, eles cumprem um mandado constitucional; porque com efeito, não podemos ser livres de escolher entre uma e a outra língua se não dominamos as duas, pois um não pode ser livre para escolher aquilo que não está a seu alcance... As pessoas que não se saibam exprimir em galego, como já é o caso de muitas das nossas crianças e jovens, não são livres para escolherem, eles terão que se limitar a falar o castelhano que sabem... Ficando apenas livres para escolher em que falar os falantes da língua própria da Galiza, porque estes dominam sempre as duas línguas.

Ser ignorantes da língua própria da Galiza não é portanto um direito constitucional para os galegos, nem também não o é, hoje, ser ignorantes da língua de Castela. Deduzimos então com certeza, que apenas os galego-falantes somos livres de escolher em que língua falar porque todos sabemos as duas, quanto que dos castelhano-falantes não se pode já dizer o mesmo. Nós somos então os únicos livres para poder escolher... quem lho iria dizer aos fala-barato de ‘galicia bilingue’... pois é senhora Lago, pois é... O que vocês estão a pedir, mesmo talvez sem se aperceberem, é o direito a escolherem para seus filhos serem ignorantes da língua própria da Galiza, mas livres, não.

Na oratória do Luís Villares, o juiz da Fonsagrada do que desde já confesso ser fã, encontrei uma força que julgava perdida, até me fez pensar em oradores de outros tempos; achei também, e peço me permita assim o dizer, a dose justa de humildade que eu acho imprescindível para que um homem possa chegar a ser grande; para ele os meus sinceros parabéns por se atrever a abrir caminhos em terrenos pouco favoráveis.

E como o tempo não dá para eu poder narrar tudo o que se passou na banca da Pró-Academia, simplesmente envio um muito obrigada para todo o mundo que colaborou connosco neste nosso primeiro ano no Festigal. Mesmo que nosso espaço fosse um recanto um bocado afastado da parte central, metáfora de nós próprios, era um espaço digno...

Já em casa, depois de ouvir as nossas divas, Ugia Pedreira e Guadi Galego, na TV que alguém ligara, vi o esperpento que teve lugar ao outro lado da catedral. Frijol, disfarçado de pinguim, rodeado de militares a marcharem pola praça, seguidos por  ringleiras de curânganos com vestidos brancos e vermelhos, num Obradoiro no que havia uns quantos senhoritângos que eu nem conheço nem reconheço...

Desliguei a TV, mandei pró nabo aquela imagem quadrada, e encaminhei-me para a cama, com a certeza de que o pesadelo seguiria...

Fonte original:

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Artur Alonso Novelhe: «A Galiza esta adormecida por essa brêtema que lhe impede viver como ela mesma teria gostado de viver»

Artur Alonso Novelhe

O recente lançamento do poemário Filhos da Brêtema, o último trabalho do académico Artur Alonso Novelhe, apresenta a novidade de vir à lume numa edição bilíngue em português -adaptado ao Acordo Ortográfico- e em catalão. O Portal Galego da Língua acaba de publicar uma extensa entrevista ao autor do livro que divulgamos a seguir.

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Higino Martins: "Em termos míticos, Galiza ainda é a Bela Adormecida do Bosque. Mas já vai chegando o momento de acordar"

Professor Dr. Higino Martins Esteves

Web do Congresso Internacional "Os Celtas da Europa Atlântica" publica entrevista ao professor Higino Martins, académico da AGLP. O vindouro 15 de abril, e sob o título "As Célticas Hespéridas", o professor Martins Esteves participará no III Congresso Internacional sobre Cultura Celta.

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António Gil Hernández: "As Academias lusófonas nom podem entender-se com a RAG"

António Gil Hernández

"É como se a Real Academia Espanhola
se entendesse com umha academia de spanglish"

Eduardo Maragoto - António Gil Hernández é o presidente da Comissão de Lexicologia e Lexicografia da Academia Galega da Língua Portuguesa (AGLP), um projecto de criaçom recente que aglutina os defensores da adopçom, sem demoras nem normas transitórias, do Acordo Ortográfico de 1990, que previsivelmente será adoptado polo conjunto dos países lusófonos nos próximos anos

É também um dos principais referentes intelectuais dessa corrente do reintegracionismo, tendo publicado nomeadamente trabalhos de carácter sociolingüístico.

Em Abril, a AGLP apresentou à Academia Brasileira de Letras e à Academia das Ciências de Lisboa o “Léxico da Galiza para ser integrado no Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa”, que inclui perto de 700 palavras passíveis de ser incluídas em dicionários portugueses e brasileiros. O trato recebido pola Academia galega por parte das homólogasluso-brasileiras surpreendeu muitas pessoas adversárias, e até partidárias, do movimento reintegracionista, que nom estavam à espera de tamanho reconhecimento a um movimento ainda mui afastado do poder institucional. 

Que possibilidades reais existem de estas palavras virem a fazer parte dos principais dicionários portugueses?

Se estás a referir-te aos dicionários de empresas editoras, parece que algumhas empresas estám interessadas... Quanto ao Vocabulário e ao Dicionário 'oficiais', em grande medida fôrom eles a dizer-nos que propugéssemos por volta de 600 palavras galegas.

Qual foi o método seguido para a escolha das palavras galegas propostas? Lendo-as, dá a sensaçom de muitas nom serem de uso geral: dialectalismos e até castelhanismos...

Os critérios fôrom fazer propostas suficientemente estritas como amostra do que poderíamos introduzir à espera de que nos digam ou pactuemos os critérios. Começamos polo Vocabulário (neste som menos as palavras propostas). O Dicionário será diferente: sem tratar-se de um tesouro lexical, tem que dar umha visom da língua extensa e útil. É um instrumento que se dá para quem quiger ler um texto, literário ou de outra ordem, para que poda recorrer a um dicionário caso nom conheça umha palavra. Por isso, na parte do dicionário fomos relativamente generosos. O critério que se usou foi que essas palavras nom existissem no dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, embora muitas delas estejam no Houaiss (Brasil) e noutros portugueses, às vezes com referência à sua condiçom regional do Minho.

Chama a atençom que nom esteja a palavra 'reintegracionismo' nem essa acepçom para 'lusismo'.

Nom, em tal caso, no Dicionário, quando chegasse o momento, poderia incluir-se. Isto é umha proposta nom definitiva. Esperamos as observaçons de professores que receberam o texto, que é um rascunho, umha amostra que se apresentou quando foi apresentado o Vocabulário brasileiro.

Em que medida se trata de relaçons entre academias em pé de igualdade?

Participamos em duas sessons. Na primeira, fomos recebidos na mesma sala em que tiveram lugar as discussons sobre o Acordo Ortográfico (1990) em Lisboa. Estávamos 4 académicos galegos e 5 portugueses; depois fomos convidados a um jantar na própria Academia que, ainda que descontraído, seguiu o protocolo correspondente. Quanto à segunda sessom, a solene, na mesa estavam os três presidentes das Academias. À partida, nem nós próprios contávamos com isso, mas foi exigido pola parte portuguesa e brasileira. Em que condiçom? Entendemos que em pé de igualdade, apesar da situaçom particular da Galiza. Tenha-se em conta que mesmo com umha situaçom normalizada, a Galiza nom pode ombrear-se com o Brasil. Há outras diferenças interessantes de salientar e que nos aproximam do Brasil. É o facto de a Academia Brasileira das Letras ser, como a AGLP, 'privada'. Nom é organismo do Estado, como a Academia das Ciências de Lisboa, embora seja referência assumida polo Governo federal.

Xosé Ramón Barreiro dixo a este jornal que se tinham posto em contacto com Lisboa para lhes fazer ver que a RAG era a única “representante da Galiza”. Nom lhe figérom caso?

Nom sei se lhe figérom caso e nem sequer sei se de verdade se dirigiu à Assembleia da República Portuguesa. O que é verdade é que com quem entendem que devem entender-se é com os reintegracionistas e concretamente com o órgao equivalente ao que eles tenhem. Nom faria sentido que se entendessem com umha academia que di que o galego e o português som línguas diferentes. É como se a Real Academia Espanhola se entendesse com umha academia de spanglish.

Até quando vai tolerar Portugal este relacionamento. Ou será que o rumor do suposto medo português a Espanha nom tinha fundamento?

Isto daria para umha conferência. Polo que observo, nas reunions realizadas houvo umha sançom positiva tanto de Portugal e do Brasil como de Espanha. Neste caso, interessa salientar que há umha entidade galega, mais ou menos do mesmo nível institucional que a portuguesa e a brasileira, reconhecida por estas instituiçons, e da qual fôrom testemunhas qualificadas um representante do ministro que está a levar a introduçom do Acordo [o ministro da Cultura português] e o segundo da Embaixada espanhola. Ele, que estivo presente na reuniom, pudo comprovar de que se tratava.

As relaçons da Academia Galega da Língua Portuguesa com a parte nacionalista do governo bipartido pareciam boas; e agora, virám mais dificuldades?

O novo governo nom ajudará, mas nom penso que poda pôr dificuldades; enquanto as cousas estiverem mais assentes, temos pensado falar com o presidente da Junta. De qualquer modo, o Governo nom pode interferir nas actividades lícitas dos cidadaos e, por outro lado, nom dependemos dos orçamentos estatais ou autonómicos.O Governo de Madrid, que é o que tem as competências relacionadas com os negócios estrangeiros está informado de todo o que fomos fazendo, porque a Embaixada espanhola em Lisboa foi informada de cada reuniom por nós mesmos; nom se pode dizer que andássemos a esconder nada.

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