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IRENE VEIGA DURÁN

Ourense, 15 de janeiro de 1966.

Trabalha como professora de Ensino primário na cidade de Ourense. 

Tem participado em diferentes organizações de âmbito linguístico e sociocultural, desde a Casa da Xuventude de Ourense, nos anos oitenta; a Asociación Cultural Auriense, nos noventa; a A. C. “A Gente da Barreira” de Ourense; o MDL (Movimento Defesa da Língua), do qual foi secretária de organização. 

Membro fundador da Coordenadora Galega de Roteiros (1998-2008); secretária da Assembleia da Língua (2002); presidenta da Associação Cultural “A Esmorga” de Ourense; membro fundador da A.C. Pró-AGLP (Pró Academia Galega da Língua Portuguesa) no ano 2007 e presidenta da mesma entre 2011 e 2014. 

Irene Veiga é escritora de obras de narrativa, poesia e teatro. Publicou vários poemas numa colêctanea de poesia feminista "Mulheres entre poesia e luta". É umas das autoras da colectânea “Agora que conto”.

Em 2017 ganhou o prémio O FACHO de teatro infantil com a obra “Teatro para brincar no Natal”. 

É roteirista da obra de banda desenhada (HQ) “Ricardo Carvalho Calero, Coraçom de Terra”.

A sua última obra é o relato “Oceanoe: travessia polo mar das Antelas”, incluído no projeto multimédia do mesmo nome.

Gosta de poesia, de escrevê-la também, de beber um bom vinho com as amigas nas tabernas e da tranquilidade duma praia vazia numa tarde de verão.

NOEMI VÁZQUEZ NOGUEIRAS

Ourense, 1982

Nasceu em 23 de agosto de 1982. É licenciada em Filologia Galega e em Filologia Portuguesa pola USC. Tem um mestrado em Serviços Culturais também pela USC. Em 2005 começa a dar aulas de português para academias, sindicatos, associações e na Universidade de Vigo-Câmpus de Ourense. Também fez traduções e foi docente dos Ops (O português Simples). 

Em 2016 começa a dar aulas de português nas EOIs  da Galiza. Desde 2022 é professora de língua galega e portuguesa no ensino secundário. 

Em 1999 esteve envolvida em vários grupos de teatro universitário como a Aula universitária de Teatro de Ourense, Eis Teatro da faculdade de Filologia da USC e o grupo de Teatro da Universidade Nova de Lisboa

Em  2002 começou no ativismo linguístico e cultural com diferentes responsabilidades no MDL (Movimento Defesa da Língua), na Associação Cultural “A Esmorga” de Ourense, na Pró- AGLP e na AGAL.

Tem organizado eventos culturais como o “Português Perto, aquelas nossas músicas” (que contou com dez edições), na Universidade de Vigo-Campus de Ourense; ou o Festival “Estou Lá”, dentro dos Colóquios da Lusofonia, realizados em Ourense em outubro de 2012.

Em 2011 constrói e abre com um sócio a taberna cultural “A Corte dos Bois” em Santa Ana (Sandiás – A Límia), chegando a ser um local de referência cultural. 

Em agosto de 2014 inaugura um novo local cultural em Vilar de Santos (A Límia) “A Arca da Noe”. Em onze anos de trajetória e com mais 1100 concertos organizados, esta iniciativa foi galardoada com três Prêmios Martin Codax da Música  à Melhor Sala de Concertos. 

De 2020 a 2023 dirige o projeto "Oceanoe. Travessia polo Mar das Antelas", conto-cd com mais de 50 pessoas envolvidas nele, com uma edição de 2000 exemplares.

MARIA ROSÁRIO FERNANDES VELHO

Laracha, (Galiza) 1965

Nascida a 21 ou 22 de julho de 1965, na aldeia de Golmar, Laracha, na chamada Casa Pinhám, uma taberna e padaria, casa de comidas e fonda, sendo a sexta mulher consecutiva que nasce na casa construída polos meus avôs no fim da guerra civil. Nunca nascem homens nesta casa, afirmou meu avô, assim que a partir de agora a parir a outro lado. Logo foi meu primo Suso, quem mora hoje nessa casa e leva a padaria tantos anos depois, que nasceu na casa dos outros avôs, aonde foi parir a minha tia Marisa por mandado paterno.

Tão-pouco está clara a data do meu nascimento; quando pergunto por ela nas reuniões familiares está garantida a controvérsia. O que sim é claro é que foi ao outro dia da Santa Margarida de Montemaior, uma importante romaria da zona.

Fui para Ordes com um ano de idade, para a casa nova feita polos meus pais, perto da dos meus avôs. Agora já sou da casa de Golão, uma família labrega da parte rural de Ordes, em que os negócios de compra-venda de gado foram iniciados pola minha bisavó Manuela Golão, quem ainda hoje dá nome a toda a família, maiormente bezerreiros de Ordes que compram o gado por toda a comarca.

Em Ordes estudei no atual colégio Castelão, inaugurado por um grupo de rapazes e raparigas provenientes das escolas rurais das aldeias e, como no meu caso, da escola unitária da vila. Ali vivi uma escola segregada por sexos e cheia de discriminações por ser da aldeia, por ser pobre, por ser nena, por falar galego e tenho que dizer que as minhas notas que ainda conservo eram acordes com a minha condição social: baixas, mesmo muito baixas.

Lembro os verãos com a minha tia-avó Aurora, americana triunfante, na alameda de Ordes, escutando os seus relatos portenhos, imaginando as Américas longínquas; e com a minha avó Francisca em Guitiriz tomando as águas. Já de moça os encontros familiares em Bergantinhos, as verbenas e as festas da Nossa Senhora de Lurdes em Ordes, que é a nossa padroeira arrebatada polo franquismo que sofrera a destruição da sua capela medieval, cousa que afastou da Igreja de por vida ao meu avó da casa do Picho, xastres todos na ordenense rua do Recreio.

Acabados os estudos de EGB, como estudante medíocre, decidi estudar numa academia de cabeleiraria na Corunha, aproveitando o Castromil que passava várias vezes por dia pola minha vila. Mas aconteceu que alguém tomou a decisão de incorporar os estudos de secundário em Ordes e oferecer a oportunidade de estudar BUP perto da casa, mais barato que andar indo e vindo à Corunha. Assim foi que avisaram os filhos para se inscreverem para estudar no antigo cárcere da vila, escola agora, e contrataram alguns estudantes universitários e licenciados do lugar para ministrarem as aulas das matérias de que se sentissem capazes. Isso sim, os testes finais anuais seriam realizados polo Instituto Gelmires de Compostela. E aí comecei os meus estudos numas salas de aula que antes eram celas numa cadeia para presos que conservaram as antigas baratas e demais insetos que moravam no prédio. Nesse espaço tive as primeiras aulas de galego com aquele

manual de Dom Ricardo azul e branco, que foi o mais prezado livro de texto da minha vida.

E foi aí quando comecei a ter boas qualificações e a pensar que podia prolongar os meus estudos, porque eram tribunais externos quem nos examinavam, já que em Ordes nessa altura filhos de pobres nunca tiravam sobresaliente.

Logo nasce o atual liceu e lá vamos para o pensamento livre e a liberdade como povo. Professorado novo com ideais galeguistas, dom Ramom Varela Punhal, professor de filosofia, autor de “Galiza, um povo, uma língua”, lusista. Consigo a subscrição ao “A Nosa Terra” e começamos muitos a debater sobre o país e a língua. Lembro os debates imensos nas páginas do semanário que continuavam nos corredores do liceu e que procuravam os argumentos mais engenhosos para ganhar a batalha dialética. Lembro a revista escolar “Os Foucelhas”, retirada polo centro escolar ou a reclamação da liberdade de expressão com protestos e greves estudantis. Aí foi a minha estreia no debate, no protesto organizado, leituras dos nossos clássicos, recitados de poesia rebelde, boicote ao espanholismo… e o propósito de estudar Filologia Galego-Portuguesa em Compostela.

Quando cheguei a Compostela, centrei a minha vida nos estudos, mas sempre me acompanhei dos estudantes reintegracionistas ali e nas minhas estadias em Ordes. Foi assim como no último ano do meu curso vi como nascia a ARO, a “Associação Reintegracionista de Ordes”, a iniciativa de um grupo de estudantes de secundário acompanhados polo seu professor reintegracionista Júlio Diéguez. Somei-me a este projeto e fui a sua presidenta durante vários anos em que surgiram publicações como a Revista da ARO em galego internacional, na norma da AGAL, ou até uma revista mensal, “O Mês”, a qual era vendida nos quiosques da vila com muito sucesso com temas de preocupação local, entrevistas, colaborações de fora... chegando a uma média de duzentos exemplares vendidos de cada número, além de números especiais dedicados a questões sociais ou a

autores a quem se lhe dedicavam os dias das Letras Galegas. Lembro que tínhamos ciclos de conferências, consideradas por nós como aulas de formação muito importantes, nuns anos em que as publicações eram em papel escritos com a máquina de escrever e depois, já com os primeiros computadores que conseguimos ter. Foram anos muito ilusionantes, apesar da pressão que a Guarda Civil fazia para que não pusessem publicidade para ajudar-nos a financiar as revistas. A moral era alta, e também tínhamos tempo para organizar atos lúdico-culturais de muitos tipos. Quiçá dos que lembramos com mais carinho são as representações poético-musicais que fazia o grupo poético Ronseltz, com quem chegamos a ter uma boa amizade. Eram muitos os encontros que tínhamos na altura com as diversas associações reintegracionistas de base da Galiza, onde intercambiávamos experiências, publicações e outros elementos em distintos convívios. Se alguém quisesse conhecer mais este aspecto do primeiro reintegracionismo de base, de como funcionavam estes pioneiros do ativismo reintegracionista podem ler o artigo sobre este tema que tenho publicado nas ATAS do II

Congresso Internacional da AGAL.

O meu primeiro destino como docente foi o Instituto Carvalho Calero de Ferrol, no bairro de Carança, um centro educativo novinho do trinque, com o melhor nome possível, embora fosse com duplo ele, e com um alunado e umas famílias maravilhosas, muitos deles ligados à associação cultural “Artábria”, que nasceu das reuniões que tínhamos na nossa casa em Fene. A nossa ilusão era criar o máximo número de projetos de divulgação da única maneira de normalizar a nossa língua verdadeiramente.

No Carvalho Calero, lembro que figemos aquela viagem a Bruxelas de que fala tanto o académico José Manuel Barbosa. A presença do eurodeputado José Posada serviu para usar o galego nas instituições europeias por primeira vez, e que hoje em dia já ninguém questiona. Apesar das reclamações interessadas politicamente por fazer também o galego crioulo da administração galega língua de uso na UE.

Como professora de galego no Carvalho Calero fui denunciada por ser reintegracionista e recomendar o Scórpio, por escrever o nome correto de Dom Ricardo como ele mesmo teria querido nas programações e documentos escolares oficiais, por auspiciar publicações escolares livres, por defender nessas revistas a insubmissão à “mili” espanhola e mesmo por apologia do terrorismo. O mais incrível é que tudo se iniciou com a denúncia entre outras de uma concelheira do BNG em Ferrol. As visitas semanais da inspeção educativa eram insofríveis, chegando a abrir-me um expediente. Mas finalmente a repressão foi remitindo, nomeadamente graças ao sindicalista da CIG Manolo Paço, quem me ajudou-me muito no processo. Contudo o que foi definitivo foi o apoio fulcral das famílias, que se reuniram na escola e figeram queixa do tratamento que eu estava a receber.

Nesses anos funda-se o BNG de Ordes, e formamos parte desse núcleo fundador com a condição de admitir a liberdade normativa. Acabou a ARO e começou a etapa BNG, com a inocente ideia de conseguir respeito para o reintegracionismo. Alguns documentos em norma AGAL foram apresentados, estávamos presentes, mas nunca avançamos além da documentação interna. As dificuldades e boicote discreto da organização foram tais que afinal nunca logramos as nossas pretensões de continuar com o uso de um galego correto nos boletins locais ou na propaganda eleitoral. De facto a grande maioria dos membros da ARO que se filiaram acabaram dando-se de baixa por diversos motivos, sendo o ortográfico o mais relevante.

No entanto produze-se o meu translado para o IES Maruxa Malho de Ordes, centro onde levo vinte e quatro anos a trabalhar com uma vaga de galego. Nestes anos fiz o Mestrado de Género da Universidade de Vigo e estudei português na Escola de Línguas de Compostela até que a Lei Valentim Paz Andrade nos permitiu incorporar o ensino do português como segunda língua na escola há nove anos. Começamos com uma turma de cinco alunos e hoje completamos turmas de vinte e tal estudantes em todos os níveis. Mesmo houve anos em que tive horário completo.

Igualmente logrei a cátedra de galego na última convocatória há alguns anos. Também fui vicepresidenta da AGAL na altura em que Bernardo Penabade foi o seu presidente, pois me apresentei na candidatura que ele encabeçava. Nos anos de docente neste liceu escrevi e publiquei junto a um outro docente, Xesus Sambade, um manual de história da literatura galega do século XX publicado na editorial A Nosa Terra. Por motivos óbvios era impossível publicar este manual num galego correto, mas aproveitei a oportunidade para tentar estabelecer uma linha em favor dos autores reintegracionistas, dando um maior protagonismo aos autores mais relevantes em português galego, e que mesmo estão banidos noutros manuais, como pode ser o caso de Ernesto Guerra da Cal.

Levo participando nestes três últimos anos num novo projeto chamado “Saúde e Terra”, uma associação cívico- política que nasceu com o convencimento de que deve haver liberdade normativa e é declaradamente binormativista em todas as suas intervenções escritas, na página web e em todos os documentos internos e externos. A associação leva com muito orgulho a sua declaração binormativista e aspira a ser intermediadora para avançar para a liberdade normativa, acabar com a discriminação padecida polo reintegracionismo e emprega as duas normas em cartazes, redes sociais, convites, etc, sem nenhuma exceção. Acho que este caminho vai dar fruto, por isso estou na diretiva como tesoureira, e julgo que há futuro para este projeto.

A proposta que me dá a Academia é em si uma honra para mim, independentemente do que se decida, e pola qual sinto-me profundamente grata.

Saúde e Terra!

Em Ordes a 11 de julho de 2025

ALFREDO J. FERREIRO SALGUEIRO

Corunha, 1969.

Estudou Filologia Hispânica e iniciou-se na Teoria da literatura. É membro da Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega e da Associaçom Galega da Língua.

Tem participado desde 90 em inúmeros recitais de poesia e colaborado em revistas portuguesas, entre elas Anto, Saudade, A Ideia, Eufeme e DiVersos.

Como crítico tem colaborado em publicações periódicas impressas como A Nosa Terra, @narquista (revista dos ateneus libertários galegos), Protexta (suplemento literário de Tempos Novos), Dorna e Grial.

De 2008 a 2014 codirigiu a plataforma de blogues em galego Blogaliza

Desde 2006 é assíduo dos meios eletrónicos, em que se dedica à divulgação da literatura e do pensamento crítico. É colaborador mais ou menos habitual nos jornais Praza Pública, Sermos Galiza e Galicia Confidencial.

A inícios de 2014 fundou a revista digital de artes e letras Palavra comum, dirigida ao âmbito lusófono, que conta com contributos de mais de 200 autor@s de vários continentes.

Foi membro do Grupo Surrealista Galego.

Desde outubro de 2015 é coordenador do Certame Manuel Murguía de Narracións Breves de Arteijo, bem como de vários clubes de leitura municipais e ateliês de escritura.

O seu blogue pessoal foi O levantador de minas entre 2006 e 2023.

É colaborador habitual da Academia Galega da Língua Portuguesa.

 

PRÉMIOS

2011 ~ Prémio ao Melhor Blog Literário da Asociación de Escritoras e Escritores en Lingua Galega.

2010 ~ Prémio “Rosalía de Castro” de lingua e cultura da Deputación da Coruña, por Blogaliza.org (partilhado com Pedro Silva e Táti Mancebo).

2008 ~ Menção de Honra no Prémio Nacional de Poesia Xosemaría Pérez Parallé (polo livro Metal central)

1994 ~ Prémio Nacional de poesia O Facho.

 

OBRA INDIVIDUAL

  • Teoria das ruínas (Poética Edições, 2019).
  • Versos fatídicos (Edicións Positivas, 2011).
  • Metal central (A Coruña, Espiral Maior, 2009).
  • A cidade engrinaldada, Cadernos de Azertyuiop, nº 7 (A Coruña, 1997).

 

OBRA COLETIVA (excerto)

  • Água Silêncio Sede ~ Homenagem poética a Maria Judite de Carvalho no centenário do seu nascimento (Lisboa: Poética Grupo Editorial, 2021).
  • SORE. Obra colectiva do Grupo Surrealista Galego. Edição das autoras: A Corunha, 2020.
  • O sol é secreto ~ poetas celebram Eugénio de Andrade (Câmara Municipal do Fundão e Casa da Poesia Eugénio de Andrade, 2019).
  • Os Direitos das Crianças – Antologia Poética (2018).
  • Barricadas de estrelas e de luas. Antologia Poética no Centenário da Primeira Grande Guerra, Porto: 2013, Tropelias & Companhia, 13-16.
  • A areia que transforma punhos e conversas, Cadernos de Azertyuiop, nº 1 (A Corunha, 1995). Em colaboração com François Davó.
  • “Visão do médium (Textos egoístas)”, em Sete Poetas (A Coruña, 1995).

 

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